CPI: Alvo do STF, ex-ministro do GSI Gonçalves Dias fica fora de relatório de senadora governista
Responsável pela segurança institucional do Palácio do Planalto no dia dos ataques não foi responsabilizado por Eliziane
A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) poupou o ex-ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI) general Gonçalves Dias, de responsabilização pelos atos do 8 de Janeiro em seu relatório. Gdias, como é conhecido, foi ouvido pelo colegiado e é um dos principais alvos da oposição, que apontam omissão do general.
Não há no relatório pedido para indiciar Gdias ou para investigações mais aprofundadas sobre a atuação do ex-ministro.
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Gdias foi exonerado de sua função pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) depois que foram divulgadas imagens que mostrava o general na área interna do Palácio do Planalto circulando entre os golpistas.
Em mensagem enviada seis horas antes dos ataques às sedes dos Três Poderes, ele manifestou preocupação com as movimentações em Brasília que antecederam os atos golpistas. O texto contradiz a versão do militar, que disse em diferentes ocasiões que não tinha conhecimento dos riscos de investidas violentas naquele dia.
Em agosto, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluiu GDias, no procedimento aberto que apura a conduta de militares em relação aos atos golpistas de 8 de janeiro. Moraes acolheu uma manifestação feita pela Procuradoria-Geral da República (PGR) em um pedido apresentado à Corte pelo partido Novo.
Eliziane, no entanto, afirma em seu relatório que o depoimento de Gdias à CPI o isenta de culpa.
“O depoimento de Gonçalves Dias é cristalino ao afirmar que o Plano Escudo, no dia 8 de janeiro, não estava sendo executado, apesar de ter sido formalmente acionado no dia 5 de janeiro de 2023”, diz a relatora no texto.
Eliziane, no entanto, pediu o indiciamento de 9 subordinados a Gdias que já ocupava os mesmos cargos durante o governo de Jair Bolsonaro.
"Não se pode igualar a sua [Gdias] conduta àquelas dos seus subordinados, acima indiciados, já que efetivamente no cargo havia apenas sete dias, ao passo que os seus inferiores hierárquicos eram evidentemente conhecedores de informações privilegiadas a respeito do risco concreto de danos ao Palácio do Planalto, e que optaram dolosamente por se omitir, quando tinham a obrigação normativa de agir para evitar o resultado."
São os pedidos de indiciamento relacionados ao GSI:
1. Carlos José Russo Assumpção Penteado, general do Exército, então secretário-executivo do GSI;
2. Carlos Feitosa Rodrigues, general de Exército, então chefe da Secretaria de Coordenação e Segurança Presidencial do GSI;
3. Wanderli Baptista da Silva Junior, coronel do Exército, então diretor-adjunto do Departamento de Segurança Presidencial do GSI;
4. André Luiz Furtado Garcia, coronel do Exército, então coordenador-geral de Segurança de Instalações do GSI;
5. Alex Marcos Barbosa Santos, tenente-coronel do Exército, então coordenador-adjunto da Coordenação Geral de Segurança de Instalações;
6. José Eduardo Natale de Paula Pereira, major do Exército, então integrante da Coordenaria de Segurança de Instalações do GSI;
7. Laércio da Costa Júnior, sargento do Exército, então encarregado de segurança de instalações do GSI;
8. Alexandre Santos de Amorim, coronel do Exército, então coordenador-geral de Análise de Risco do GSI;
9. Jader Silva Santos, tenente-coronel da PMDF, então subchefe da Coordenadoria de Análise de Risco do GSI