CÂMARA FEDERAL

CPI da Braskem: Lira diz esperar que comissão não se torne "palanque político"

O presidente da Câmara, que é alagoano, disse que o povo de Maceió merece uma reparação

Arthur Lira, presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados - Foto: Marina Ramos / Câmara dos Deputados

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), afirmou, nesta quinta-feira (14), esperar que a CPI da Braskem no Senado "não se torne um palanque político". Em publicação no X, antigo Twitter, Lira afirmou que o colegiado, presidido pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), fará um "trabalho técnico e meticuloso para a apuração das responsabilidades". O presidente da Câmara, que é alagoano, disse que o povo de Maceió merece uma reparação. A declaração dele ocorre após perder uma queda de braço com o senador Renan Calheiros (MDB-AL), seu adversário político local.

Calheiros trabalhou pela criação do colegiado, que tende a nacionalizar os problemas enfrentados pelo prefeito da capital de Alagoas, João Henrique Caldas (PL), o JHC, ligado a Lira. Senadores alinhados ao Palácio do Planalto tentaram travar a instalação da CPI para investigar a Braskem, responsável por minas de extração de sal-gema que desabaram. Uma ala dos governistas considerava que uma CPI podia amplificar a crise. Havia ainda receio no Planalto de a situação respingar ainda mais na Petrobras, que tem participação societária na Braskem, ao lado da Novonor (ex-Odebrecht).

Nos bastidores, Renan, autor do requerimento da CPI, agiu para que a instalação acontecesse antes do recesso de fim de ano. Até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) entrou em cena para evitar o acirramento da crise e convocou uma reunião com os envolvidos para "deixar eventuais disputas políticas de lado". O pedido pela trégua política teria sido aceito de maneira "unânime".

"Confio que a CPI criada pelo Senado para investigar os problemas da exploração de sal-gema em Maceió pela Braskem fará um trabalho técnico meticuloso e profundo e de apuração de responsabilidades. O povo de Maceió não pode ser prejudicado. O compromisso público do presidente da CPI, senador Omar Aziz, é nesse sentido. Portanto esta CPI não deve ser um palanque político. E sim uma chance de Maceió e seus moradores buscarem reparação", afirmou Lira em sua publicação.

Novidades na próxima semana
A prefeitura de Maceió informou que o novo equipamento instalado nas proximidades da mina 18, no bairro Mutange, na última segunda-feira (11), só começará a fornecer dados consistentes sobre o deslocamento do solo após 10 dias de uso, ou seja, na próxima quinta-feira. Enquanto isso, a Defesa Civil não conseguirá medir com precisão a velocidade com que a mina, que segue com risco de colapso, tem se deslocado.

Após 24h de calibração do aparelho foi iniciado o envio de dados à Defesa Civil. Contudo, as informações ainda são imprecisas.

— Somente após esses dez dias conseguiremos ter uma análise mais precisa, pois todo o nosso monitoramento na região afetada, assim como na região das minas, depende da consistência e persistência dos dados. Temos a responsabilidade de fazer análises cuidadosas para não emitir informações equivocadas — explica o coordenador-geral do órgão, Abelardo Nobre.

A Braskem, empresa mineradora responsável pela exploração na área, informou que instalou, nesta segunda-feira, o novo sensor para medição de movimentação do solo. Desde o início da tarde de domingo, quando houve um primeiro rompimento no local, a companhia e a Defesa Civil do município ficaram completamente às escuras em relação ao monitoramento da velocidade de afundamento da terra. O aparelho DGPS (Differential Global Positioning System) foi instalado e, segundo a empresa, está funcionando e em fase final de calibração.

Em nota, a prefeitura disse que o monitoramento das demais minas segue ativo e que seus respectivos equipamentos apresentam, até o momento, situação de normalidade. O órgão analisa os dados em tempo real, com uma rede de equipamentos que conseguem perceber movimentos do solo em milímetros.

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