CPI da Braskem pode repetir CPI da Covid e ter Omar Aziz e Renan Calheiros no comando
Aziz é o nome de consenso para presidir a comissão e Renan é apontado como possibilidade para a relatoria
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem, do Senado, deve se reunir nesta terça-feira (12) e escolher o senador Omar Aziz (PSD-AM) para ser presidente do colegiado. O senador é desde a semana passada o nome de consenso do grupo para comandar a CPI. Já na relatoria ainda será construído um acordo, mas o senador Renan Calheiros (MDB-AL), que articulou a criação da comissão, é um nome avaliado.
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Se confirmados nos cargos, os dois parlamentares repetirão as mesmas funções que exerceram na CPI da Covid, em 2021. A comissão quer investigar a Braskem, responsável por minas de extração de sal-gema que ameaçam desabar em Maceió.
Os senadores indicados para a CPI vão se reunir amanhã para fechar o acordo sobre os cargos. Depois disso, será feita a sessão de instalação, quando o presidente será eleito e, como primeiro ato no cargo, deve definir o relator. A reunião de instalação será presidida pelo senador mais velho da comissão, que é Otto Alencar (PSD-BA).
Renan Calheiros afirma que o relator ainda não está definido e que ele será fruto de acordo entre os parlamentares.
– O relator não é escolhido por ele (próprio). O relator é escolhido pelo presidente, que vai levar em consideração a correlação de forças dos integrantes.
Além de Renan e Aziz, os membros titulares são Efraim Filho (União-PB), Cid Gomes (PDT-CE), Jorge Kajuru (PSB-GO), Otto Alencar (PSD-BA), Rogério Carvalho (PT-SE), Eduardo Gomes (PL-TO), Wellington Fagundes (PL-MT), Rodrigo Cunha (Podemos-AL) e Hiran Gonçalves (PP-RR).
O colegiado tem potencial para desgastar o prefeito de Maceió, João Henrique Caldas (PL), aliado do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). O prefeito é alvo de reclamações pelo contrato de indenização feito com a empresa petroquímica. Lira agiu para esvaziar o colegiado e inicialmente o PP do Senado não iria indicar nomes, mas acabou cedendo após Renan conseguir o número mínimo de membros para instalar a comissão.
Assim como Lira, os líderes do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), e do PSD, Otto Alencar (BA), agiram para que seus partidos não dessem apoio para a CPI. A avaliação é que o colegiado poderia prejudicar a empreiteira Novonor (ex-Odebrecht), dona da maior parte das ações da Braskem. Também há um temor no governo de que a Petrobras, que tem ações da empresa, seja atingida.
Apesar da oposição dos colegas do Senado, Renan conseguiu convencer líderes partidários e conseguiu a maioria para instalar a CPI.