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BRASIL

CPI do 8 de Janeiro: depoimento do hacker Delgatti é adiado para 17 de agosto

Ele seria ouvido nesta quinta-feira, mas presidente da comissão quer esperar o recebimento de provas antes de oitiva

Hacker Walter Delgatti NetoHacker Walter Delgatti Neto - Foto: Reprodução/Youtube

A Comissão Parlamentar de Inquérito Mista (CPMI) do 8 de Janeiro adiou a oitiva de Walter Delgatti Neto, o hacker de Araraquara, para a próxima semana. Ele seria ouvido nesta quinta-feira (10).

A CPI deve ouvir amanhã a policial militar do Distrito Federal Marcela da Silva Morais Pinno que foi jogada de uma das cúpulas do Congresso, a uma altura de três metros, durante o ataque às sedes dos Três Poderes em Brasília no início do ano.

—Penso que a oitiva do hacker Walter Delgatti só será contributiva para a CPMI do 8 de janeiro depois que tivermos acesso aos documentos e provas (como quebras de sigilos e outros). Não adianta ouvi-lo agora sem os elementos necessários para confrontá-lo—afirmou o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), em nota sobre o adiamento.

Delgatti foi alvo de um mandado de prisão preventiva na última quarta-feira por suspeitas de tentativa de fraude nas eleições. Ele disse à Polícia Federal que o ex-presidente Jair Bolsonaro lhe perguntou se era possível invadir a urna eletrônica. O questionamento teria sido feito pelo então presidente no Palácio do Alvorada em um encontro ocorrido em agosto de 2022, conforme o depoimento de Delgatti.
 

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi alvo da mesma operação, que manteve reuniões com o hacker. Endereços ligados à parlamentar foram alvos de mandados de busca e apreensão.

O hacker se notabilizou em 2019, após ser apontado pela PF como um dos responsáveis por invadir o conteúdo de mensagens dos celulares de autoridades dos Três Poderes. Suplente da CPI, o ex-juiz responsável pela Lava-Jato e senador Sergio Moro (União-PR), além de procuradores da força-tarefa da operação, estavam entre aqueles que tiveram suas mensagens divulgadas. O episódio ficou conhecido como "Vaza Jato" e contribuiu para abalar a credibilidade da operação.

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