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ATOS GOLPISTAS

CPI do 8 de Janeiro ouve preso envolvido em ataque a bomba perto do aeroporto de Brasília

Depoimento precisou de aval da Justiça e conta com escolta

George Washington de Oliveira Sousa instalou explosivo em caminhãoGeorge Washington de Oliveira Sousa instalou explosivo em caminhão - Foto: Polícia Civil do Distrito Federal

A CPI do 8 de Janeiro vai ouvir nesta quinta-feira o depoimento de George Washington Oliveira, gerente de posto de gasolina apontado como responsável pelo artefato explosivo encontrado nas imediações do aeroporto de Brasília.

Para realizar o depoimento, o presidente da CPI, deputado Arthur Maia (União-BA), precisou pedir autorização do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT). Além disso, foi necessário requisitar escolta. Além de Oliveira, estão previstos os depoimentos de Valdir Pires Dantas Filho, Renato Martins Carrijo e Leonardo de Castro, peritos da Polícia Civil do DF.

A base do governo quer usar o depoimento para emparedar mais uma vez o ex-presidente Jair Bolsonaro e mostra que uma conexão entre ele e os ataques golpistas do 8 de janeiro.

– O atentado frustrado comprova que as narrativas golpistas alimentadas por Jair Bolsonaro e seus cúmplices produziram uma massa de brasileiros dispostos a atentar contra a democracia fazendo uso até mesmo de ações terroristas – consta em texto publicado em um site do PT que é focado na CPI.

Oliveira chegou a escrever uma carta endereçada a Bolsonaro em que diz: "O senhor despertou esse espírito em nós". O texto foi encontrado pela Polícia Civil nas anotações do seu celular, mas não há confirmação se a mensagem chegou a ser enviada ao ex-presidente.
 

A senadora Eliziane Gama (PSD-MA), relatora da comissão, é uma das autoras de requerimentos para chamar Oliveira. A oitiva dele atende ao que está no plano de trabalho de Eliziane, que pretende investigar a ordem cronológica de eventos que compartilham do teor golpista da não aceitação do resultado da eleição.

A base de Lula também tem interesse em buscar mais informações sobre o financiamento dos atos golpistas. Parlamentares do PT avaliam que Oliveira tem ligações com empresários do campo.

Oliveira está preso desde dezembro, quando foi localizado em um apartamento no Sudoeste, bairro de Brasília. Em depoimento, ele confessou que "queria armar o caos" e explodir o artefato para chamar a atenção de um acampamento bolsonarista, que na época estava instalado no Quartel General do Exército, em Brasília. O acampamento estava montado para pressionar contra um golpe que impediria a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva mesmo depois de ter sido eleito.

Além dele, outro suspeito de armar o ataque com a bomba, Alan Diego dos Santos Rodrigues, está preso. Um terceiro homem, Wellington Macêdo, também é apontado como um dos participantes, mas está foragido.

Em maio, o juiz Osvaldo Tovani, da 8ª Vara Criminal de Brasília, condenou Oliveira a uma pena de nove anos e quatro meses. Alan Diego foi condenado a cinco anos e quatro meses. Já Wellington Macêdo teve o processo desmembrado, pois está foragido.

Para o juiz, os condenados expuseram a perigo a vida, a integridade física e o patrimônio das pessoas, ao colocarem dinamite ou substância de efeitos análogos em um caminhão-tanque carregado de combustível.

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