CPI do 8 de Janeiro: relatora diz ter sofrido ameaças e pede reforço de segurança a Pacheco
Eliziane também fez mudanças no seu texto momentos antes da votação
Relatora da CPMI do 8 de Janeiro, a senadora Eliziane Gama (PSD-MA) disse ter solicitado ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reforço em sua segurança.
O motivo, segundo ela, são as ameaças que tem recebido nas últimas 24 horas, após apresentar seu parecer em qual pede o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e mais 60 pessoas.
— Diante de tudo o que recebi de ameaças, eu preciso de um apoio e uma defesa. E quero solicitar ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que assegure uma proteção a mim e à minha família — afirmou a senadora.
Na sessão desta quarta-feira, em que a CPMI deve votar seu relatório, Eliziane anunciou ter feito mudanças no texto após pedidos da oposição e de servidores públicos.
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Duas mudanças foram feitas a pedido do deputado Filipe Barros (PL-PR). Uma foi a exclusão da citação sobre o influenciador Bernardo Kuster ter participado de uma audiência pública no Senado, quando, segundo Barros, Kuster estaria fora do Brasil
Outra foi uma citação sobre o próprio Filipe Barros que dizia que ele teria vazado inquérito sigiloso sobre as urnas eletrônicas.
Eliziane também pediu à sua equipe para trocar uma fotografia general Guilherme Theophilo, por uma que não deixe dúvida que é ele mesmo na imagem, porque havia uma “confusão sobre a fisionomia”.
A senadora decidiu também retirar do relatório o capítulo que lançava suspeitas sobre as reuniões entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e o ex-subchefe de assuntos jurídicos da Secretaria-Geral da Presidência, Renato Lima França.
França foi o integrante da equipe jurídica que mais se encontrou com Bolsonaro no Palácio da Alvorada (15 vezes), em dezembro de 2022. No relatório, a senadora escreveu que, "de acordo com relator colhidos pela Comissão, [ele] atuou de modo a buscar validar teses jurídicas manifestante inconstitucionais encampadas pelo Presidente da República".
Na sessão desta quarta-feira, ela pediu a supressão desse trecho após ser convencida de que França era um servidor de carreira que foi diversas vezes ao Alvorada porque cuidava da assinatura digital do então presidente.