CPI do 8 de Janeiro: senadores faltam a sessão e abrem espaço para Moro votar contra o governo
Aliado de Lula, Davi Alcolumbre não participou de 2 das 3 sessões da comissão até agora
Com os dois senadores do União Brasil ausentes da sessão da CPI do 8 de Janeiro nesta terça-feira, o senador Sérgio Moro (União-PR) assumiu pela segunda vez seguida uma cadeira na comissão que investiga a invasão dos prédios dos Três Poderes no início do ano. Opositor ao governo, o parlamentar, que é suplente, poderá discursar e votar requerimentos para convocar ministros ou outras autoridades.
Um dos que se ausentaram foi o senador Davi Alcolumbre (União-AP), que é aliado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e discute a troca da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, por um outro nome do seu partido. O senador esteve presente somente em uma das três sessões da CPI mista. Já Moro, que é opositor ferrenho a Lula, esteve em duas.
A bancada da oposição também foi reforçada com a presença do senador Izalci Lucas (PSDB-DF). Isso acontece porque, além de Alcolumbre, a senadora Soraya Thronicke (União-MS), de perfil independente, também não esteve presente.
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Todos os parlamentares fazem parte de um bloco composto por MDB, União Brasil, PSDB, PDT e Podemos, que reúne parlamentares de perfis variados, que vão de governistas à oposição. A maior parte da oposição ficou com a suplência, mas tem conseguido participar da CPI por conta da ausência dos governistas que são titulares.
Alcolumbre indicou o ministro da Integração Nacional, Waldez Goes, mas tem agido mais em consonância com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), do que com o governo em relação à CPI.
Como mostrou O GLOBO, o comportamento de Alcolumbre em relação4 à CPI preocupa uma parte da base do governo no Senado. Os senadores Renan Calheiros (MDB-AL) e Eduardo Braga (MDB-AM) chegaram inclusive a reclamar dele em uma reunião com Lula. Alcolumbre comunicou aos emedebistas que tinha compromisso para apoiar o deputado Arthur Maia (União-BA) para presidir a CPI, o que contrariou a intenção da base governista no Senado, incluindo o líder do governo na Casa, Jaques Wagner (PT-BA), que preferia um senador governista em vez de Maia, que é um deputado próximo de Lira.