atos golpistas

CPI do 8 de Janeiro: "Seria mais duro do que fui na repressão", diz GDias em depoimento

Defesa do ex-ministro do Gabinete Institucional de Segurança diz que ele deve responder as perguntas

O general Marcos Edson Gonçalves Dias vai comandar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI)O general Marcos Edson Gonçalves Dias vai comandar o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) - Foto: Divulgação

O general Gonçalves Dias, conhecido como GDias, ex-ministro do GSI, falou em seu depoimento à CPI de 8 de janeiro que teria sido mais duro no combate aos atos golpistas do Planalto, mas disse que exerceu efetivamente sua função de comando.

"Tendo conhecimento agora da sequencia dos fatos que nos levaram até as agressões de vândalos e também na ineficiência dos agentes que atuavam na execução do Plano Escudo, seria mais duro que fui na repressão. Faria diferente, embora tenha plena certeza de que envidei todos os esforços que estavam ao meu alcance" falou o militar.

O ex-ministro afirmou ainda que a culpa dos atos foi da falta de ações da Polícia Militar do Distrito Federal.

"O consórcio de ações a inações das forças políticas e policiais, da Polícia Militar do Distrito Federal, que não foram eficazes no cumprimento das atividades sob sua responsabilidade previstas no Protocolo de Ações Integradas, levou àqueles eventos."

O ex-ministro do GSI declarou ter recebido informações desencontradas de seus auxiliares na época na época dos ataques.

"Exercei efetivamente minha ação de comando no palácio" disse Gdias.

O militar avaliou que foi "conduzido a uma má avaliação dos fatos por ter recebido informações divergentes" de pessoas que trabalhavam com ele.

"Essas informações divergentes foram passadas por contatos diretos meus com o senhor Saulo Cunha (que comandava a Agência Brasileira de Inteligência na época), a coronel Cintia (Queiroz), da Polícia Militar do Distrito Federal, e o general Penteado, meu secretário-executivo. Essas informações divergentes me foram passadas na manhã do dia 8 de janeiro."

Ele disse ainda que usou “todos seus esforços para mitigar danos e o mais importante preservar vidas de cidadãos sem nenhuma gota de sangue, ou seja, sem nenhuma morte”.

O ex-ministro afirmou que teria agido de forma diferente se soubesse da gravidade das manifestações.

"É claro que seria radicalmente mais exigente e minucioso no detalhamento do planejamento do esquema de segurança, mesmo aquilo sendo responsabilidade da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal. Em resumo, olhando para trás, algumas decisões seriam tomadas de forma diferente."

Segundo seu advogado, André Callegari, o militar responderá às perguntas dos parlamentares, apesar de o ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), ter autorizado o ex-chefe do GSI a ficar em silêncio diante de questionamentos que possam incriminá-lo.

Embora um pedido para ouvir o militar estivesse aprovado desde as primeiras reuniões do colegiado, a sua presença no colegiado motivou queda de braço entre governistas e oposição.

A data só foi marcada após a apresentação de uma questão de ordem feita pelo senador Esperidião Amin (PP-SC). Parlamentares da oposição sustentam que GDias foi alertado previamente dos atos que resultaram na invasão e na depredação de prédios públicos, mas se omitiu.

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