CPI do MST: deputados tentam retirar pedido de indiciamento de petista do relatório de Salles
Parecer, que será lido hoje, tem poucas chances de prosperar com a redação atual
A CPI do MST se aproxima do fim, nesta quinta-feira, com a leitura do seu relatório final redigido pelo deputado Ricardo Salles (PL-SP).
Apesar da proximidade da conclusão dos trabalhos, governistas e integrantes dos partidos de centro — e que possuem ministérios — ainda tentam demover Salles de solicitar o indiciamento do deputado Valmir Assunção (PT-BA).
Os parlamentares tratam a exclusão do congressista como uma condição para a aprovação do texto.
Além do parlamentar, o relatório também pede o indiciamento do ex-ministro do Gabinete Institucional de Segurança (GSI), Gonçalves Dias, e do líder da Frente Nacional de Luta (FNL), José Rainha. O nome do diretor-superintendente do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas (Iterra-AL), Jaime Messias Silva, é mais um que aparece entre os pedidos para indiciamento.
Esta manobra facilitaria os planos de Salles em ver o seu relatório aprovado. Entretanto, frustraria os planos iniciais da oposição em associar deputados petistas às invasões ilegais do Movimento Sem-Terra.
Com as mudanças na composição do colegiado, a partir da reforma ministerial que alocou partidos do Centrão na Esplanada, a aprovação do texto passou a ser incerta.
Em relatório paralelo, que chegou a ser feito pela deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP), não será pautado pelo presidente do colegiado, Coronel Zucco (Republicanos-RS). Após a leitura, nesta quinta, o relatório será votado na próxima terça-feira.
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O pedido de indiciamento de Valmir Assunção é baseado no depoimento de Vanuza dos Santos, ex-integrante do MST, que depôs à CPI. Ela acusou o deputado de ser o mandante de sua remoção de um assentamento.
— Ou você vota, ou você perde a terra — relatou ao falar de uma suposta ameaça feita pelo parlamentar.
O deputado, inclusive durante as sessões da comissão, negou qualquer intimidação ou manipulação de integrantes do MST.
Marcada por brigas ideológicas entre seus membros, a CPI do MST foi prorrogada após uma canetada do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que deu sobrevida ao colegiado. Visto como principal flanco de constrangimento aos governistas, o colegiado não engrenou e não conseguiu comprovar o envolvimento de petistas.