Senado

CPI ouve Ivanildo Gonçalves, motoboy da VTCLog

O motoboy Ivanildo Gonçalves a caminho do seu depoimento na CPI da Covid, no SenadoO motoboy Ivanildo Gonçalves a caminho do seu depoimento na CPI da Covid, no Senado - Foto: Pedro França / Agência Senado

A CPI da Pandemia ouviria nesta quarta-feira (1), em reunião marcada para as 9h30, o advogado Marcos Tolentino da Silva, apontado como sócio oculto da empresa FIB Bank. Contudo, Tolentino não vai comparecer ao depoimento por estar internado em hospital de São Paulo, onde estaria em tratamento de sequelas da covid-19. Em seu lugar, a CPI vai ouvir o motoboy da VTCLog Ivanildo Gonçalves, responsável por saques de mais de R$ 4,7 milhões. A informação foi divulgada nas redes sociais pelo vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP).

A convocação foi sugerida pelo vice-presidente da comissão, senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Segundo o parlamentar, a FIB Bank forneceu à Precisa Medicamentos uma garantia irregular no negócio de compra da vacina indiana Covaxin pelo Ministério da Saúde. 

Ao comentar a presença do motoboy Ivanildo Gonçalves à CPI, o vice-presidente da comissão, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse ter dúvidas sobre as contribuições que o depoente pode dar às investigações. Ele sustentou sua avaliação pela estrutura de defesa montada para o motoboy, que está assessorado por advogados que obtiveram o habeas corpus do STF. Porém, Randolfe diz ter convicções de que Ivanildo "sabe muito".

Com 400 contratos firmados com o governo federal, 14 só no Ministério da Saúde, a VTCLog tornou-se um dos principais alvos de investigação da CPI. Relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) apontou que a empresa — operadora logística do segmento fármaco e de saúde — movimentou de forma suspeita R$ 117 milhões nos últimos dois anos.

Nesse documento, o nome do motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva é citado várias vezes. Ele teria sacado o montante de R$ 4,7 milhões, sendo a maioria em espécie e na boca do caixa. A CPI já obteve imagens de depósitos feitos pelo motoboy em agências da Caixa e do Bradesco em benefício de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor do Departamento de Logística do Ministério da Saúde, apontado como responsável por possibilitar fraudes dentro do órgão.

O motoboy Ivanildo Gonçalves da Silva, que teve o seu depoimento à CPI confirmado esta manhã, já está no Senado. Ele chega amparado por um habeas corpus concedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal Kassio Marques. Mesmo podendo optar por não comparecer à comissão, o motoboy aceitou o convite e em pouco tempo deslocou-se até o Senado. Ele tem o direito de não responder às perguntas que possam incriminá-lo, ainda que compareça como testemunha, e não como investigado.

Tolentino
Comentando o adiamento do depoimento de Marcos Tolentino, o senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI, disse que essas "manobras e adiamentos" atrasam as investigações e podem ter impacto na data de apresentação do relatório final. A intenção de Renan, manifestada ontem, é que seu relatório seja apresentado no dia 22 de setembro. Em entrevista, Renan chama o deputado Ricardo Barros (PP-PR) como "articulador desse grande esquema de corrupção". Veja o que disse Renan no vídeo abaixo.

Humberto Costa (PT-PE) confirmou que Marcos Tolentino, advogado que seria ligado à FIB Bank, teve um "mal súbito" por sequelas da covid-19 quando se preparava para ir a Brasília depor à CPI. Paralelamente, disse o senador, a secretaria da CPI conseguiu contato com Ivanildo Gonçalves, motoboy que fez saques de altos valores, totalizando R$ 4,7 milhões, a serviço da empresa VTCLog. O senador lembrou que o motoboy tem o direito de não comparecer à CPI, garantido por um habeas corpus, que também lhe dá o direito de não responder a perguntas que o comprometam.

 

 

 

 

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