Logo Folha de Pernambuco

CPI da Covid

CPI pode ouvir Arthur Weintraub nos EUA sobre gabinete paralelo, diz relator

O irmão do ex-ministro da Educação, Abraham Weintraub, é apontado como o idealizador do 'gabinete paralelo', investigado pela CPI

Ex-assessor de Bolsonaro, Arthur WeintraubEx-assessor de Bolsonaro, Arthur Weintraub - Foto: Marcos Corrêa/PR

O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), disse que a comissão pode até mandar um representante aos Estados Unidos para ouvir Arthur Weintraub, ex-assessor especial do governo Jair Bolsonaro, caso ele coloque empecilhos para vir ao Brasil depor.

O colegiado também deverá votar na próxima terça-feira (8) requerimento para convocar o médico Luciano Azevedo a prestar depoimento.

O jornal Folha de S.Paulo revelou, nesta quinta (3), que Weintraub estimou em cerca de 300 o número de pessoas que aconselharam Jair Bolsonaro sobre o uso da hidroxicloroquina.

Irmão do ex-ministro Abraham Weintraub (Educação), Arthur é apontado como o idealizador do "gabinete paralelo", investigado pela CPI como um grupo de aconselhamento paralelo ao Ministério da Saúde na definição de ações de combate à Covid.

A convocação de Arthur já foi aprovada pela comissão, mas a data não foi definida porque o ex-assessor mora nos Estados Unidos. Ele foi indicado a um cargo na OEA (Organização dos Estados Americanos) pelo governo Bolsonaro.

Detalhes da concepção e funcionamento desta estrutura, à margem do Ministério da Saúde, são descritos em duas lives realizadas entre Weintraub e o anestesista Luciano Dias Azevedo, um dos médicos mais influentes entre defensores do chamado "tratamento precoce" contra a Covid.

As conversas foram promovidas pelo canal de Weintraub no YouTube e tiveram audiência baixa, inferior a 5.000 visualizações cada uma até quarta-feira (2).

Em 8 de julho de 2020, o então assessor da Presidência e o médico conversaram durante 58 minutos e, na parte final da live, Azevedo explica que foi Weintraub quem criou o grupo paralelo e lhe agradece pela iniciativa.

O relator da CPI diz que Arthur tentou depor remotamente, mas que a comissão não topou.

Calheiros diz que como não é possível extraditá-lo, a CPI marcará uma data para que Arthur venha ao Brasil, mas que se for necessário mandará um integrante ao país norte-americano para ouvi-lo.

"Se ele colocar dificuldade, a CPI vai mobilizar esse poder de polícia e ouvi-lo no exterior. Não vamos abrir espaço para esse turismo de impunidade, senão vai virar moda. Todo mundo que está na iminência de ser chamado vai viajar", avalia Renan.

Segundo o parlamentar, o pedido de convocação de Luciano Dias foi apresentado à CPI após o depoimento de Nise Yamaguchi, que o apontou como membro do gabinete paralelo e deverá ser aprovado na próxima terça.

Para ele, o médico tem muito o que esclarecer, ainda mais depois do que mostrou reportagem da Folha de S.Paulo.

"Ele precisa contar esses bastidores, iluminar isso tudo, esse compartimento paralelo que foi criado", afirmou Renan.

Veja também

Mesmo após mobilização, candidatos apoiados por Bolsonaro perdem em eleições da OAB pelo País
ADVOGADOS

Mesmo após mobilização, candidatos apoiados por Bolsonaro perdem em eleições da OAB pelo País

'Rival' de Musk que Lula arrumou não tem internet; confira a coluna deste sábado (23)
Cláudio Humberto

'Rival' de Musk que Lula arrumou não tem internet; confira a coluna deste sábado (23)

Newsletter