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Brasília

CPMI dos atos golpistas: 48 deputados de partidos da base contrariam Lula e formalizam apoio

Deste total, 28 são filiados ao União Brasil, 8 ao PSD e 12 ao MDB legendas que possuem três indicações cada para ministérios no governo petista

Câmara dos Deputados Câmara dos Deputados  - Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

A lista dos deputados que assinaram pela instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que tenta responsabilizar autoridades federais por omissão nas ações para impedir os ataques de 8 de janeiro conta com 48 parlamentares de partidos que possuem cargos no primeiro escalão e compõem a base do governo Lula.

Deste total, 28 são filiados ao União Brasil, 8 ao PSD e 12 ao MDB — legendas que possuem três indicações cada para ministérios. O número de assinaturas destes partidos corresponde a pouco mais de 25% dos 189 subscritos. Rodrigo Pacheco (PSD-MG), presidente do Congresso, já afirmou que, se confirmada a quantidade de adesões, fará a leitura do requerimento.

Em ocasiões anteriores, o líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues, disse esperar o apoio de ao menos 80% da base em importantes votações. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva é contra a instalação da CPMI porque entende que a iniciativa pode desviar o foco da agenda legislativa do governo, como a reforma tributária.

Agora, porém, para sair do papel, a CPMI depende da leitura do presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), no plenário do Senado. Sem esse procedimento, a CPMI não é instalada. Em seguida, os líderes dos partidos com representação no Congresso deverão indicar membros para começar os trabalhos.

Segundo a colunista Malu Gaspar, o plano entre os aliados de Lula é postergar ao máximo a indicação dos integrantes da CPI para inviabilizá-la. Outra alternativa seria também fazer com que os senadores da base aliada que assinaram o pedido de CPI retirem seus nomes do requerimento.

Nos três partidos que, em tese, fazem parte da base, há notórios apoiares do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e até um ex-ministro, o deputado federal Osmar Terra (RS), filiado ao MDB. No União Brasil, por exemplo, o deputado Nicolletti (RR) liderou uma carreata a favor de Bolsonaro em outubro, durante campanha eleitoral no seu estado. Outro signatário, Felipe Francischini (União-PR), teve o apoio do ex-presidente para presidir a Comissão de Constituição e Justiça da Câmara no início do mandato de Bolsonaro.

No PSD, Sargento Fahur (PR) e Diego Andrade (MG) exerceram os últimos mandatos apoiando pautas do ex-presidente. Já no MDB, além de Osmar Terra, outro aliado fiel de Bolsonaro é Otoni de Paula (RJ), que incitou atos antidemocráticos e chegou a ter o telefone apreendido por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Outras duas frentes em andamento
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD)-MG, afirmou nesta terça-feira que uma reunião de líderes decidirá pela instauração ou não de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) proposta pela senadora Soraya Thronicke (União-MS) para apurar os atos.

— A CPI foi requerida na legislatura passada, com as assinaturas suficientes, com fato determinado. Precisamos consultar aqueles senadores que assinaram sobre a manutenção e a ratificação dessas assinaturas porque houve uma mudança de legislatura. Havendo essa ratificação, será feita a leitura do requerimento — avisou Pacheco.

Em paralelo, uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) foi instalada na Câmara Legislativa do Distrito Federal para investigar os atos antidemocráticos ocorridos em Brasília nos dias 12 de dezembro e 8 de janeiro. O colegiado — previsto para começar no dia 2 de março — já fechou a lista dos primeiros convocados a depor. Serão oito pessoas, incluindo o ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, preso por suspeita de se omitir no esquema de segurança no dia da invasão dos prédios dos Três Poderes. Os deputados distritais também quebraram os sigilos bancário, fiscal, telefônico e telemático do ex-ministro da Justiça de Bolsonaro.

Veja quem são os nomes de partidos da base que votaram pela CPMI

União Brasil (28)

Dep. Dayany do Capitão (UNIÃO/CE)

Dep. Alfredo Gaspar (UNIÃO/AL)

Dep. Rodrigo Valadares (UNIÃO/SE)

Dep. Pastor Diniz (UNIÃO/RR)

Dep. Coronel Ulysses (UNIÃO/AC)

Dep. Paulinho Freire (UNIÃO/RN)

Dep. Dr. Fernando Máximo (UNIÃO/RO)

Dep. Nicoletti (UNIÃO/RR)

Dep. Fabio Schiochet (UNIÃO/SC)

Dep. Cristiane Lopes (UNIÃO/RO)

Dep. Coronel Assis (UNIÃO/MT)

Dep. Chiquinho Brazão (UNIÃO/RJ)

Dep. Maurício Carvalho (UNIÃO/RO)

Dep. Padovani (UNIÃO/PR)

Dep. Fausto Santos Jr. (UNIÃO/AM)

Dep. Carlos Henrique Gaguim (UNIÃO/TO)

Dep. Silvye Alves (UNIÃO/GO)

Dep. Eduardo Velloso (UNIÃO/AC)

Dep. Kim Kataguiri (UNIÃO/SP)

Dep. Felipe Francischini (UNIÃO/PR)

Dep. Dr. Zacharias Calil (UNIÃO/GO)

Dep. Rosângela Moro (UNIÃO/SP)

Dep. Geraldo Mendes (UNIÃO/PR)

Dep. Fabio Garcia (UNIÃO/MT)

Dep. David Soares (UNIÃO/SP)

Dep. Delegado Marcelo Freitas (UNIÃO/MG)

Dep. Mendonça Filho (UNIÃO/PE)

Luiz Carlos Busato (UNIÃO/RS)

PSD (8)

Dep. Sargento Fahur (PSD/PR)

Dep. Ricardo Guidi (PSD/SC)

Dep. Ismael (PSD/SC)

Dep. Stefano Aguiar (PSD/MG)

Dep. Sandro Alex (PSD/PR)

Dep. Luiz Gastão (PSD/CE)

Dep. Diego Andrade (PSD/MG)

Dep. Danrlei de Deus Hinterholz (PSD/RS)

MDB (12)

Dep. Thiago Flores (MDB/RO)

Dep. Otoni de Paula (MDB/RJ)

Dep. Osmar Terra (MDB/RS)

Dep. Pezenti (MDB/SC)

Dep. Lucio Mosquini (MDB/RO)

Dep. Delegado Palumbo (MDB/SP)

Dep. Alceu Moreira (MDB/RS)

Dep. Alberto Mourão (MDB/SP)

Dep. Hercílio Coelho Diniz (MDB/MG)

Dep. Sergio Souza (MDB/PR)

Dep. Marussa Boldrin (MDB/GO)

Dep. Célio Silveira (MDB/GO

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