Criador do perfil Dilma Bolada assume cargo na EBC de Lula
Jeferson de Oliveira Monteiro foi lotado em um cargo de gerência na estatal no Rio de Janeiro
O publicitário e criador do perfil Dilma Bolada, Jeferson de Oliveira Monteiro, foi nomeado para um cargo na Empresa Brasil de Comunicação (EBC) — estatal ligada ao governo Lula (PT). De acordo com publicação do Diário Oficial da União, Monteiro assume a Gerência de Produção Educativa/Gerência Executiva de Produção, Aquisições e Parcerias de Conteúdos Educativos/Diretoria de Conteúdo e Programação. Natural de Mesquita, na Baixada Fluminense, o publicitário está lotado no Rio de Janeiro.
Monteiro ganhou projeção nacional em 2013, aos 23 anos, quando lançou a sátira on-line. À época, ele chegou a ser recebido pela então presidente Dilma Rousseff no Palácio do Planalto. A Dilma Bolada se tornou um dos personagens mais populares das redes sociais e chegou a ganhar prêmios nacionais e internacionais. No passado, o publicitário foi destaque em uma reportagem do "Los Angeles Times", um dos maiores jornais norte-americano.
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Em 2017, em delação premiada, a publicitária Mônica Moura disse que ela e o marido, João Santana, pagaram R$ 200 mil a Monteiro durante a campanha eleitoral de 2014. O publicitário negou as acusações, mas confirmou ter recebido uma ligação da mulher do marqueteiro João Santana e de ter se encontrado com um assessor dela para discutir uma suposta proposta para trabalhar para campanha de Dilma Rousseff.
"Recebi uma ligação dela, sim. Mas em nenhum momento algum foi tratado nada de reativar a página, muito menos em dar dinheiro para “Dilma Bolada" voltar. Não foi oferecido qualquer quantia. O papo dela foi relacionado a trabalho", disse ao Globo em 2017.
Na semana passada, a EBC foi alvo de polêmica em episódio que envolveu a primeira-dama Rosângela da Silva, a Janja, e a live “Papo de Respeito”, produzida nas instalações da empresa pública e retransmitida nas contas da TV Brasil em redes sociais. Para políticos da oposição, a utilização da emissora na criação e veiculação do conteúdo teria ferido a autonomia da EBC e violado o princípio da impessoalidade no poder público. A informação foi antecipada por João Paulo Saconi, da coluna de Lauro Jardim.