polêmica

Dança "batcu": grupo recebeu R$ 2 mil por participação em evento do Ministério de Saúde

Pasta informou ao GLOBO o valor do repasse, sem detalhar quanto cada um dos integrantes recebeu; episódio ocasionou crise que resultou em demissão de diretor

Encontro de mobilização da promoção da saúde no Brasil, promovido pela ministério da Sáude, teve apresentação de dança Encontro de mobilização da promoção da saúde no Brasil, promovido pela ministério da Sáude, teve apresentação de dança  - Foto: Reprodução/Redes Sociais

A apresentação no 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde, em que uma mulher dançou uma versão de "Batcu", de Aretuza Lovi, custou ao Ministério da Saúde R$ 2 mil. Ao Globo, a pasta não detalhou o repasse individual a cada um dos integrantes do grupo.

Na semana passada, o vídeo deste evento viralizou, gerando um movimento de revolta entre oposicionistas que questionaram o comportamento em um evento oficial do governo. Como resultado, Diretor do Departamento de Prevenção e Promoção da Saúde da pasta, Andrey Lemos, assumiu a responsabilidade e foi exonerado.

A partir do ocorrido, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) e Daniela Reinher (PL-SC) apresentaram textos questionando o Ministério da Saúde. De acordo com o segundo secretário e ex-presidente da bancada evangélica, "a mencionada apresentação com dança erótica no referido evento não condiz com as políticas e diretrizes estabelecidas pelo Ministério da Saúde em relação à promoção da saúde". Por isto, pediu acesso ao custo total do evento e uma listagem com os nomes dos servidores responsáveis pela organização.

Após a grande repercussão, a ministra Nísia Trindade disse ter sido "surpreendida pelo episódio" e, num vídeo publicado nas redes sociais, pediu desculpas pelo ocorrido:

"Infelizmente, eu fui surpreendida pelo episódio de ontem e venho, por meio desse vídeo, me desculpar muito sinceramente pelo ocorrido e reiterar o compromisso do Ministério da Saúde de que seus eventos reflitam a conduta e a orientação da Pasta da Saúde e do Governo liderado pelo presidente Lula" falou a ministra, que estava em uma agenda no ABC Paulista na hora do evento.

Trindade ainda anunciou a criação de uma curadoria de eventos para garantir que as futuras atrações vão se adequar com a missão institucional do Ministério da Saúde. Em nota, o ministério se referiu ao episódio como "inadmissível" e destacou que ele "não reflete a política da pasta nem os propósitos do debate sobre a promoção à saúde realizado no encontro".

Veja também

Pesquisa Folha/IPESPE/Cabo: maioria quer mudança na forma de governar
Eleições 2024

Pesquisa Folha/IPESPE/Cabo: maioria quer mudança na forma de governar

Pesquisa Folha/IPESPE/Cabo: gestão do município é desaprovada por 63%
Eleições 2024

Pesquisa Folha/IPESPE/Cabo: gestão do município é desaprovada por 63%

Newsletter