Datafolha: apoio de evangélicos a Bolsonaro diminui, e reprovação ao governo já supera aprovação
Pesquisa também mostra que o índice dos que consideram o governo ruim ou péssimo atingiu 53%
Os recortes da pesquisa Datafolha expõem o derretimento do apoio ao presidente Jair Bolsonaro inclusive entre grupos que, tradicionalmente, integram a base mais sólida. Entre os evangélicos, segmento que conta com acenos frequentes do chefe do Executivo, 29% avaliam o desempenho dele como ótimo ou bom — a aprovação chegou a ser de 40% em janeiro, o que representa uma queda de 11 pontos percentuais no período.
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Hoje, entre aqueles que se declaram evangélicos, há mais reprovação — 41% fazem esta avaliação — do que endosso, segundo o levantamento.
Desde o primeiro ano de mandato, o segmento é um daqueles em que o apoio ao governo é mais forte do que no conjunto geral da população — empresários e eleitores com renda familiar mensal acima de dez salários mínimos são alguns dos outros exemplos. O cenário se repete na pesquisa mais recente, mas no patamar mais baixo desde então. Em dezembro de 2019, 36% dos evangélicos qualificavam o governo Bolsonaro como ótimo ou bom. O volume começou este ano em 40%, foi a 37% em março e girou entre 33% e 34% até chegar aos atuais 29%.
A curva pode indicar mais um contratempo em um projeto de reeleição que já precisará lidar com resultados econômicos adversos — bancos e analistas reduziram nesta semana a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para menos de 1% — e com questionamentos sobre a condução do país na pandemia, à beira de 600 mil mortes.
Enquanto lida com a perda de adesão, Bolsonaro segue em contato permanente com lideranças evangélicas — pastores como Silas Malafaia foram bastante atuantes na convocação para os atos de 7 de setembro. Na quarta, Malafaia e outros representantes de igrejas, casos de Estevam Hernandes e César Augusto, estiveram com o presidente, com o objetivo de endossar a a ida do ex-advogado-geral da União André Mendonça para o Supremo Tribunal Federal. O processo está parado no Senado enquanto o presidente da Comissão de Constituição e Justiça, Davi Alcolumbre (DEM-AP), resiste a marcar a sabatina, mas na conversa, segundo Malafaia, Bolsonaro disse que o único nome na lista é o de Mendonça, o preferido do grupo.