MINAS GERAIS

De aumento do próprio salário ao número de secretários, Zema abandona imagem de "outsider"

Governador vem fazendo acenos à classe política de Minas com a recriação de pastas, na contramão do enxugamento feito em sua primeira gestão

Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo)Governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo) - Foto: Divulgação

Após se reeleger mantendo distância da polarização nacional, o governador de Minas, Romeu Zema (Novo), iniciou seu novo mandato com uma postura de oposição ao presidente Lula e de possível herdeiro do espólio do ex-presidente Jair Bolsonaro, a quem só apoiou no segundo turno presidencial.

Zema também faz acenos à classe política de Minas com a recriação de secretarias, na contramão do enxugamento feito em sua primeira gestão, quando cultivava a imagem de ‘outsider’.

Na reforma administrativa já aprovada em primeiro turno na Assembleia Legislativa, Zema pretende recriar a Casa Civil, que deve ser entregue ao ex-deputado Marcelo Aro (PP), ligado ao Centrão, além da pasta de Comunicação.

Em nota, o governo de Minas informou que a recriação da Casa Civil ajudará a “aprimorar a convergência com os outros Poderes”. O governo alegou que a reforma administrativa “não vai gerar aumento de despesas”. Um dos pontos no texto prevê um reajuste salarial de 300% para o governador e seu secretariado.

Crítico de longa data de gestões petistas, Zema já sugeriu neste ano que o governo Lula teria feito “vista grossa” na invasão golpista às sedes dos três Poderes em Brasília, no dia 8 de janeiro, e chamou de “possível retrocesso” as criticas à independência do Banco Central.
 

O governador também travou quedas de braço com aliados de Lula. Zema pressionou pela privatização do metrô de Belo Horizonte, contestada pela bancada do PT, e tenta destravar o acordo de Mariana. A negociação, que chegou a prever indenizações na casa de R$ 60 bilhões para Minas, Espírito Santo e famílias afetadas pela barragem, ficou paralisada em meio à movimentação da Bahia, estado sob gestão petista, para entrar no rateio.

O governo de Minas argumenta que já existe “consenso quanto ao modelo ideal de reparação para simplificar e agilizar o processo”, e que falta a “anuência da União”. A entrada dos recursos é considerada importante para dar fôlego à nova gestão de Zema e a uma eventual candidatura presidencial em 2026.

Com verba de outro acordo, da barragem de Brumadinho, Zema liberou na semana passada as obras do Rodoanel, projeto viário que se arrasta há décadas.

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