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Bolsonaro

De general a almirante, PF inclui 24 militares entre indiciados por tentativa de golpe

Investigação aponta que a ação envolvia divisão de tarefas em seis núcleos diferentes: de desinformação, jurídico, operacional, de inteligência, de oficiais de alta patente e um grupo responsável por incitar a caserna a apoiar o golpe

O plano envolvia prender os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco O plano envolvia prender os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco  - Foto: Polícia Federal/divulgação

Além do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), capitão da reserva do Exército, a Polícia Federal indiciou outros 24 militares por envolvimento no planejamento e na execução da tentativa de golpe de Estado no país. 

A investigação aponta que a ação envolvia divisão de tarefas dos indiciados em seis núcleos diferentes: de desinformação, jurídico, operacional, de inteligência, de oficiais de alta patente e um grupo responsável por incitar militares a apoiar o golpe.

Segundo a PF, a sistematização das tarefas por parte dos membros da organização visava impedir a posse do presidente eleito, Luiz Inácio lula da Silva (PT), e manter o ex-presidente no poder.

O plano envolvia prender os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Em diversas ocasião, Bolsonaro negou ter cometido crimes relacionados ao caso. Em maio, durante manifestação na Avenida Paulista, em São Paulo ele afirmou sobre a trama golpista:

"O que é golpe? É tanque na rua, é arma, é conspiração. É trazer classes políticas para o seu lado, empresariais. É isso que é golpe. Nada disso foi feito no Brasil ", disse o ex-presidente.

A investigação mostrou, a partir da delação do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que Bolsonaro se reuniu em 2022 com a cúpula das Forças Armadas e ministros da ala militar de seu governo para discutir detalhes de uma minuta que abriria portas para uma intervenção militar. Na ocasião, os ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Jr, não embarcaram nos planos.

Um vídeo obtido pela PF divulgado em fevereiro mostrou que antes das eleições já havia uma atuação de Bolsonaro e do seu entorno. Em uma reunião com então ministros do governo no Palácio do Planalto, Bolsonaro e aliados falaram em atentar contra a democracia antes do pleito.

O ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) Augusto Heleno, por exemplo, afirmou que se tivesse que “virar a mesa” teria que ser antes das eleições. O encontro ocorreu em julho de 2022. Na ocasião, Bolsonaro instava uma ação antes das eleições.

"Nós sabemos que, se a gente reagir depois das eleições, vai ter um caos no Brasil, vai virar uma grande guerrilha, uma fogueira no Brasil. Agora, alguém tem dúvida que a esquerda, como está indo, vai ganhar as eleições? Não adianta eu ter 80% dos votos. Eles vão ganhar as eleições ", disse na época.

Confira os nomes dos indiciados junto com o ex-presidente Jair Bolsonaro:

  1. Braga Netto, general da reserva do Exército e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil;
  2. Augusto Heleno, general da reserva do Exército e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  3. Paulo Sérgio Nogueira, general da reserva; do Exército, ex-comandante da tropa e ex-ministro da Defesa;
  4. Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e tenente-coronel do Exército;
  5. Estevam Cals Theóphilo Gaspar de Oliveira, general da reserva do Exército e ex-chefe do Comando de Operações Terrestres;
  6. Almir Garnier Santos, almirante da reserva e ex-comandante-geral da Marinha;
  7. Ailton Barros, coronel reformado do Exército;
  8. Marcelo Câmara, coronel da reserva do Exército;
  9. Bernardo Romão Correa Neto, coronel do Exército;
  10. Rafael Martins de Oliveira, tenente-coronel do Exército;
  11. Angelo Martins Denicoli, major da reserva do Exército e ex-diretor de Monitoramento e Avaliação do SUS (Sistema Único de Saúde) do Ministério da Saúde;
  12. Cleverson Ney Magalhães, coronel da reserva do Exército;
  13. Guilherme Marques Almeida, coronel do Exército;
  14. Hélio Ferreira Lima, tenente-coronel do Exército;
  15. Mario Fernandes, general da reserva do Exército, ex-comandante de Operações Especiais e ex-ministro interino da Secretaria-Geral;
  16. Ronald Ferreira de Araújo Júnior, tenente-coronel do Exército;
  17. Sergio Ricardo Cavaliere de Medeiros, tenente-coronel do Exército.

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