De olho em 2026, Zema abre mão de discurso em evento com Lula e deixa vice falar
Presidente da República e governador marcam presença em inauguração de um complexo de produção de fertilizantes, caro ao agronegócio
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), deixou de se pronunciar em evento com Lula (PT) para dar vez ao seu vice, Matheus Simões (Novo), que deve concorrer ao governo do estado em 2026. Segundo Zema, o vice-governador tem conhecimento da realidade do pequeno agricultor, impactado pela inauguração desta quarta-feira.
"Vou quebrar o protocolo para deixar que um produtor rural, impactado pelo projeto, possa discursar. Eu tenho um produtor rural muito próximo de mim, o vice-governador Matheus Simões" disse Zema.
Simões discursou por cerca de três minutos sobre a história de sua família, adepta da agricultura familiar, durante cerimônia de inauguração do Complexo Mineroindustrial da Eurochem, na Serra do Salitre, no Triângulo Mineiro.
Após a fala do vice, Zema falou sobre os dados positivos do agronegócio em Minas Gerais. Também discursaram o prefeito de Serra do Salitre, Paulo Silveira de Melo, e o presidente da EuroChem, Gustavo Horbach, o ministro de Minas e Energia, o mineiro Alexandre Silveira, e o da Agricultura, Carlos Fávaro.
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Em seu pronunciamento, Silveira defendeu a necessidade do diálogo na política e fez elogios ao presidente que, segundo ele, seria o responsável pela volta da "boa política".
"O governo do presidente Lula não vive de narrativa de rede social, a gente trabalha para levar ações de verdade para melhorar a vida de brasileiros" disse o ministro, dando uma alfinetada no ex-mandatário Jair Bolsonaro (PL), e fez críticas às mineradoras "É inaceitável o que infelizmente nós temos por parte das grandes mineradoras no país, os potenciais não estão sendo explorados" disse, ao afirmar que parte das empresas fica com os direitos de exploração, sem exercê-los.
Já Carlos Fávaro afirmou que o agronegócio vive momentos de alegria no país e fez o "L", durante seu discurso:
"Ontem começamos o dia com o anúncio do governo chinês de 38 novas plantas frigoríficas brasileiras habilitadas de uma só vez. Isso significa confiança no nosso país, a volta da diplomacia. Enquanto ainda comemorávamos, veio o governo de Filipinas. Ontem durante a tarde, autorizou 137 plantas frigoríficas."
O presidente Lula (PT) desembarcou nesta manhã em Minas Gerais apenas para cumprir esta agenda, importante para o agronegócio. Além do presidente e do governador, estão presentes o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), o vice-governador Matheus Simões Novo e o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro.
Entre as baixas, todavia, há uma série de aliados do governo federal. Parceiro de Lula na renegociação da dívida, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD), não estará presente nesta passagem do presidente pelo estado, pois estará em Brasília, presidindo uma sessão na Casa Legislativa.
Os pré-candidatos que pleiteiam o apoio do presidente na disputa pela prefeitura de Belo Horizonte também estarão ausentes por terem compromissos em Brasília ou na capital mineira. É o caso do prefeito Fuad Noman (PSD), da Duda Salabert (PDT) e da estadual Bella Gonçalves (PSOL). A exceção foi o petista Rogério Correia, nome da federação PT-PV-PCdoB, que esteve na solenidade.
A agenda marca a abertura de um complexo de produção de fertilizantes fosfatados. A expectativa é de que o polo adicione um milhão de toneladas do produto por ano ao agronegócio.
A previsão é de que o presidente retorne à Brasília já no início da tarde.