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Rio de Janeiro

De olho na candidatura em 2026, Paes exalta vice para prefeitura do Rio

Durante a campanha à reeleição, prefeito chegou a jurar "pela Portela e pelo Vasco" que não disputaria o cargo, mas aliados avaliam que político "não tem alternativa"

Eduardo Cavaliere e o prefeito Eduardo Paes Eduardo Cavaliere e o prefeito Eduardo Paes  - Foto: Reprodução/nstagram

O prefeito reeleito do Rio Eduardo Paes (PSD) não descartou a candidatura ao governo do estado em 2026. Após passar a campanha inteira com o discurso de não concorrer ao Palácio Guanabara em dois anos, o prefeito afirmou que "pode ser que um dia tente de novo", além de exaltar o vice da sua chapa, Eduardo Cavaliere, com "capacidade e maturidade" de assumir a cidade.

A declaração foi dada nesta quarta-feira durante o seminário "Caminhos do Rio", promovido pelos jornais O Globo e Extra.

— Se eu já tentei duas vezes (o governo do Estado do Rio), pode ser que um dia eu tente de novo — declarou o prefeito, complementando com elogios a Cavaliere. — Continuarei a prefeitura do Rio de Janeiro prefeitando. O Eduardo [Cavaliere] vai ter que esperar um tempo para assumir a prefeitura.

Em outubro, logo após vencer a disputa pela prefeitura carioca no primeiro turno, Paes concedeu uma entrevista ao Globo de não concorrer ao governo do estado. À época, no entanto, se recusou a assinar um “documento” bem-humorado apresentado pela Ema Jurema, personagem de pelúcia do jornal Extra, com o compromisso de cumprir os quatro anos de mandato — e admitiu não ter deixado no passado o sonho de ser governador.

No mês seguinte, o deputado federal Pedro Paulo (PSD), um dos seis aliados mais próximos, declarou em entrevista que Paes deve disputar o cargo no Executivo e que "não terá o direito de dizer não" por conta do quadro político do estado. A declaração coincide com o de outras pessoas próximas de Paes, que não escondem mais o movimento do prefeito.

Ainda durante sua fala nesta quarta-feira, Paes disse ter pedido ao vice que não assumisse nenhuma secretaria, pois "ele tem que governar junto comigo".

— Tenho absoluta certeza de que eu coloquei alguém como o vice-prefeito que teria todas as condições de assumir amanhã a prefeitura do Rio de Janeiro e conduzir com muita capacidade e maturidade uma cidade apesar da pouca idade. Ao fim, sinalizou:

— Não é à toa que (Cavaliere) vai comandar a transição.

A passagem de Paes para o governo do estado é vista como natural pelos aliados mais próximos, em uma conjuntura marcada pela falta de lideranças. No início do mês, Pedro Paulo avaliou que o grupo do governador Cláudio Castro (PL) também pena para encontrar um nome a ser lançado na disputa de 2026.

— Que quadro temos hoje no estado do Rio? O governador Cláudio Castro está em sua fase final e já disse que deixará a política, não será candidato a nada nas próximas eleições. Há um enorme vazio. O Eduardo não vai ter o direito de dizer não — afirmou Pedro Paulo.

Nomes fora do núcleo duro de Paes também defendem seu nome, como o deputado federal Otoni de Paula (MDB), ex-aliado de Jair Bolsonaro (PL) que abraçou Paes na campanha deste ano. À esquerda, quadros como o presidente da Embratur, Marcelo Freixo (PT), também já defenderam o nome do carioca.

Outra sinalização forte veio do presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Em dois momentos, antes e depois das eleições municipais, o dirigente do partido de Paes disse ao Globo que gostaria de ver o prefeito na disputa estadual, missão que considera natural.

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