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Sem punição

Decano do STF afirma que absolvição de Pazuello causa perplexidade e abre preocupante precedente

Ex-ministro da Saúde participou de ato político com o presidente, com aglomeração e sem máscara

Ministro do STF, Marco AurélioMinistro do STF, Marco Aurélio - Foto: Antonio Cruz/ Agência Brasil

O ministro Marco Aurélio Mello, decano do STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou, nesta quinta-feira (3), que "o sentimento é de perplexidade", após o comando do Exército decidir livrar o general da ativa Eduardo Pazuello de punição por ter participado de um ato político ao lado do presidente Jair Bolsonaro.

"Disciplina e hierarquia são fundamentais nas Forças Armadas", afirmou o ministro, dizendo que não se pode ainda mensurar o impacto que a decisão do Exército terá, mas a classificou de um "preocupante precedente".
 

O comandante do Exército, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, arquivou o processo aberto para apurar transgressão disciplinar por parte de Pazuello após a participação dele em ato político no Rio de Janeiro, no último dia 23.

O ex-ministro da Saúde, que foi nomeado nesta semana para um cargo de confiança na Presidência, chegou a subir em um trio elétrico para ficar ao lado do chefe do Executivo.

Oliveira ignorou ter existido transgressão ao regulamento disciplinar do Exército, que condena: "manifestar-se, publicamente, o militar da ativa, sem que esteja autorizado, a respeito de assuntos de natureza político-partidária."

Marco Aurélio lembrou do início da década de 1980, quando cursou a Escola Superior de Guerra, passagem que ele afirmou ter contribuído para que ele próprio "robustecesse" os princípios da disciplina e hierarquia.

"Aprende-se que disciplina e hierarquia são a medula óssea das Forças Armadas. Nesta ordem, disciplina e hierarquia", afirmou o ministro, que se aposenta do Supremo no próximo mês.

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