Defesa de Bolsonaro comemora pedido de arquivamento de apuração sobre cartão de vacina
PGR não viu elementos que justificassem responsabilização; Ex-presidente foi indiciado pela PF em 2024
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) comemorou o pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) para arquivar a investigação sobre uma suposta fraude em cartão de vacina.
De acordo com o procurador-geral da República, Paulo Gonet, não existem elementos que justifiquem a responsabilização de Bolsonaro pelos crimes de inserção de dados falsos em sistema de informações.
Em nota publicada nesta quinta-feira (27), o advogado Paulo Cunha Bueno, que integra a equipe jurídica de Bolsonaro, afirmou esperar que as demais investigações que pairam contra o ex-presidente tenham o "mesmo destino".
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"O arquivamento que, por outras palavras, equivale ao encerramento do caso sem que haja acusação contra o Presidente, era a única providência adequada em uma investigação que era vazia de qualquer elemento, ainda que pífio, de prova", diz o texto divulgado na rede social X.
O advogado classificou a investigação como "débil em seus fundamentos" e lembrou que foi no curso dela que houve a decretação da prisão preventiva do tenente-coronel Mauro Cid, cuja delação premiada forneceu dados para os investigadores. Cunha Bueno disse que espera que a colaboração do ex-ajudante de ordens de Bolsonaro seja anulada.
O pedido de arquivamento da PGR foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta-feira, um dia após a Corte tornar o ex-presidente e outras sete pessoas réus por envolvimento nos ataques golpistas de 8 de janeiro. A manifestação se estende também ao deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ).
Agora, o pedido de arquivamento da PGR será analisado pelo ministro Alexandre de Moraes. A praxe é que a solicitação seja aceita, embora exista a previsão legal para que o arquivamento não seja promovido e mais investigações sejam realizadas.
Bolsonaro, Gutemberg Reis e o tenente-coronel Mauro Cid chegaram a ser indiciados em março do ano passado pelos crimes de associação criminosa e inserção de dados falsos em sistema de informação. As investigações se referem à suspeita de fraude em certificados de vacinação contra a Covid-19.