Logo Folha de Pernambuco
EX-PRESIDENTE INDICIADO

Defesa de Bolsonaro diz que vai pedir anulação da delação de Cid

Conteúdo da delação foi tornado público na quarta-feira

O ex-presidente Jair Bolsonaro vai processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad O ex-presidente Jair Bolsonaro vai processar o ministro da Fazenda, Fernando Haddad  - Foto: Evaristo Sá/AFP

O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Celso Vilardi, afirmou que irá pedir a anulação da delação do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. O conteúdo da delação foi tornado público na última quarta-feira, e os vídeos das audiências foram incluídos no processo público nesta quinta-feira.

— A delação vai ser questionada — disse Vilardi ao Globo.

Segundo o defensor, a ideia é pedir a anulação com base no fato de Cid ter dito em áudios gravados por uma pessoa e vazados à Revista Veja que policiais queriam que ele dissesse informações que ele não sabia. Depois, ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, Cid afirmou que nunca foi pressionado e confirmou o interesse pela delação.

Vilardi diz que vai questionar, ainda, o fato de Cid ter mudado de versão em depoimentos e ter quebrado o sigilo da delação.

O advogado ainda questiona a postura de Moraes durante a audiência com o tenente-coronel em novembro do ano passado para analisar a validade do acordo de delação. Na ocasião, o ministro afirmou que Cid precisava apresentar "fatos" e que era a "última chance de o colaborador dizer a verdade".

— A questão não é nem a bronca. O juiz não pode fazer o papel da instrução na colaboração premiada — afirmou.

O advogado pediu nesta quinta-feira a ampliação do prazo para analisar os autos e elaborar a defesa do ex-presidente. Moraes concedeu 15 dias a todos os envolvidos, mas ele pede 83 dias, o mesmo tempo que a Procuradoria-Geral da República levou para analisar o conjunto dos autos e elaborar sua acusação.

Vilardi disse, ainda, que estuda a possibilidade de pedir para que o processo seja julgado no plenário, e não na Primeira Turma do Supremo, onde há cinco ministros.

Veja também

Newsletter