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trama golpista

Defesa de ex-diretor da PRF de Bolsonaro diz que "nenhum eleitor" deixou de votar em 2022

Silvinei Vasques é um dos 34 denunciados pela PGR e apresentou resposta à acusação ao STF

Silvinei Vasques, ex-diretor geral da PRFSilvinei Vasques, ex-diretor geral da PRF - Foto: Evaristo Sa/ AFP

A defesa do ex-diretor-geral da Policia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques negou ao Supremo Tribunal Federal (STF) as acusações de participação na trama golpista feitas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e disse que nenhum eleitor deixou de votar em 2022 em razão de ações da corporação.

Silvinei foi um dos 34 denunciados pela PGR em fevereiro por participação em um plano para dar um golpe de Estado após as eleições de 2022.

"A acusação se esforça em afirmar que o Denunciado direcionou o esforço da PRF no segundo turno para prejudicar eleitores do nordeste do país, durante o segundo turno das eleições. Pois bem. O gráfico abaixo apresenta a votação por hora em todo o nordeste do Brasil no primeiro turno.  Observa-se uma dificuldade inicial (entre 08h00 e 10h00) e, a partir daí, uma distribuição uniforme (próximo de 3,5 milhões de votos por hora) até o fechamento das seções", apontam os advogados.

A PGR utilizou na denúncia o resultado de outra investigação da Polícia Federal (PF), sobre o bloqueio de estradas ocorrido no segundo turno das eleições de 2022.

O ex-diretor-geral da PRF já tinha sido indiciado nesse caso e é investigado por supostamente ter direcionado a PRF para dificultar o trânsito de eleitores no segundo turno.

Na ocasião, teria havido número maior de veículos abordados em cidades do Nordeste, onde o então candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) possuía vantagem de votos em relação à Jair Bolsonaro (PL).

Segundo a defesa de Silvinei, "a investigação da Polícia Federal não conseguiu identificar sequer um cidadão que teve restringido o seu direito de ir e vir e o direito ao voto no segundo turno das eleições de 2022".

Os advogados também criticam a atual gestão da PRF, que acusam de "colaborar" com as investigações da PF. "A atual gestão da PRF também não fez qualquer esforço para trazer a verdade real dos fatos, pois, aparente e injustificadamente, coaduna com o direcionamento que a PF deu ao caso", diz o documento.

Quem também respondeu à denúncia nesta sexta-feira foi a delegada da Polícia Federal Marília Ferreira de Alencar, única mulher a figurar entre os 34 denunciados pela PGR e ex-diretora de inteligência do Ministério da Justiça.

Segundo a defesa, ela respondeu a um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) sobre o mesmo tema e foi inocentada.

"Nesse sentido, tem-se de forma inquestionável que Marília Alencar agiu dentro de suas funções no que tange aos fatos do 8 de janeiro, inexistindo omissões ou atos que atentassem contra a segurança pública, o que foi apurado e concluído no Processo Administrativo Disciplinar (PAD) e no Inquérito Civil (IC) instaurados", apontam.

Os advogados dizem que o PAD demonstra que as acusações da PGR carecem de embasamento probatório, inexistindo omissão ou conduta ilícita por parte da servidora.

Na acusação da PGR, ela é apontada por envolvimento da utilização indevida da estrutura da Polícia Rodoviária Federal e de omissões da Secretaria de Segurança Pública.

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