Defesa pede ao STF devolução de celular de réu que morreu na Papuda
Cleriston Pereira da Cunha, 45 anos, morreu após passar por um mal súbito enquanto tomava banho de sol em penitenciária de Brasília
A defesa de Cleriston Pereira da Cunha, réu dos atos golpistas que morreu durante banho de sol no Complexo da Papuda, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o celular dele seja devolvido. O advogado de Cleriston também solicitou acesso às imagens das câmeras de segurança do pátio do presídio.
O homem de 45 anos morreu na última segunda-feira, em Brasília. Cleriston passou mal e teve mal súbito enquanto tomava um banho de sol no Complexo Penitenciário da Papuda.
O Corpo de Bombeiros e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foram ao local, mas não conseguiram reanimá-lo.
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O ministro Alexandre de Moraes — relator da ação penal em que Cleriston era réu — pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) se manifeste sobre o pedido em despacho publicado nesta sexta-feira.
No pedido, a defesa alega que após o falecimento do réu, ” inexistem motivos para custódia” do celular de Cleriston. O aparelho está sob posse da Polícia Federal (PF) e é usado na investigação de seu inquérito.
Ao GLOBO, o advogado de Cleriston disse que a devolução do celular foi um pedido da família do empresário.
"Por ter sido usado em investigação, o celular não foi liberado ainda. A família que me pediu para entrar com a solicitação para que o aparelho seja devolvido. A custódia [do celular] não faz sentido após o falecimento", disse Bruno Azevedo de Sousa.
Além disso, a defesa também solicitou acesso às imagens das câmeras de segurança do pátio do momento em que Cleriston começou a passar mal que a Papuda forneça “informações detalhadas” sobre a morte do réu.
Preso no dia 8 de janeiro, ele foi denunciado pelos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, associação criminosa armada, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e aguardava seu julgamento.
Conforme mostrou O GLOBO, a Defensoria Pública da União (DPU) identificou que Cleriston Pereira da Cunha, demorou 40 minutos para receber atendimento médico quando passou mal.
O homem já teria morrido quando a equipe chegou ao local. No dia da morte, colegas de cárcere do réu do 8 de janeiro ainda informaram que a área de saúde da unidade prisional estava fechada por se tratar de um dia com ponto facultativo — no dia 20, é comemorado o Dia da Consciência Negra.