Defesas de Bolsonaro e Braga Netto pedem 'intervenção' da OAB em processo no STF
Eles argumentam que não conseguiram analisar materiais citados no processo
O advogado Paulo Cunha Bueno, que integra a equipe jurídica do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentou uma representação no Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para pedir a "intervenção" do órgão e "garantir as prerrogativas da advocacia que nos vêm sendo reiteradamente subtraídas" no processo que traita no Supremo Tribunal Federal (STF) em que o antigo mandatário é investigado pela trama golpista.
Leia também
• Nunes Marques vota contra pedidos de Bolsonaro
• Partido de Jair Bolsonaro terá 77 vezes mais verba em emendas de comissão na Câmara do que PT
A equipe de jurídica de Bolsonaro alega à OAB que está tendo o seu trabalho prejudicado por um suposto obstáculo imposto pelo STF às provas e documentos da investigação da trama golpista.
Eles argumentam que não conseguiram analisar materiais citados no processo, e que vêm tendo pedidos de acesso frequentemente negados pelo relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Os advogados dizem ainda que foram "soterrados" por uma grande quantidade de documentos, papeis, ofícios e anexos do processo, mas que não têm a ver com a investigação que levou à denúncia de Bolsonaro e outras 33 pessoas pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
"Muitos destes procedimentos, até então desconhecidos da defesa por não estarem expressamente relacionados ao feito, são físicos, tendo subitamente somado aos autos outras 310 pastas, 1.468 arquivos e mais de 45 mil páginas. A estas mais de 80 mil folhas e 2.800 Peças somou-se o processo no qual firmado o acordo de delação premiada com um dos réus e nos quais há nada menos do que 46 vídeos. Em pouco tempo, a defesa foi soterrada em milhares de folhas que não trazem a prova e que, muitas vezes, não tem relação com as imputações", dizem.
Os advogados pedem que a entidade tome "medidas cabíveis" para garantir que os profissionais possam atuar de forma adequada. Um pedido semelhante também foi apresentado pela defesa do ex-ministro do governo Bolsonaro Walter Braga Netto.