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BRASIL

Delegado ligado a Alexandre de Moraes é nomeado corregedor da Abin

José Fernando Moraes Chuy vai auxiliar em inquérito sobre "Abin Paralela"

AbinAbin - Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

O delegado da Polícia Federal (PF) José Fernando Moraes Chuy, foi nomeado para corregedoria da Abin (Agência Brasileira de Informação). A nomeação foi oficializada no Diário Oficial da União (DOU) desta segunda-feira.

Chuy é ligado ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes. Antes de chegar à corregedoria da Abin, ele foi escalado pelo ministro para assumir a chefia da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

 

No cargo, foi responsável pelo combate às fake news disseminadas contra o processo eleitoral, até junho de 2024, quando Cármen Lúcia assumiu a presidência do STF.

Além disso, os dois também trabalharam juntos quando Moraes foi ministro da Justiça durante o governo de Michel Temer. Chuy ainda foi responsável pelo lançamento do livro

“Operação hashtag: a primeira condenação de terroristas islâmicos na América Latina”, sobre a atuação do terrorismo transnacional e cuja apresentação foi escrita por Moraes.

Na corregedoria da Abin, o delegado da PF será responsável por auxiliar o inquérito da “Abin Paralela”, sobre o monitoramento ilegal realizado por servidores da pasta durante a gestão do então diretor-geral Alexandre Ramagem, nomeado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

A estrutura paralela teria sido utilizada pelo governo de Jair Bolsonaro para espionar autoridades da cúpula do Legislativo e do Judiciário, além de desafetos políticos e jornalistas. A utilização do programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de alvos pré-determinados por meio dos aparelhos celulares foi revelada pelo Globo, em março do ano passado.

A nomeação de Chuy não foi bem recebida pela União dos Profissionais de Inteligência de Estado da Abin (Intelis), que em nota publicada, classificou a indicação de um corregedor-geral “oriundo de fora dos quadros da agência” como “preocupante, injustificada e um desprestígio dos servidores orgânicos da Abin”.

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