CPI dos Atos do DF

Delgatti diz ter sido "cooptado por Bolsonaro" em depoimento sobre plano para desacreditar urnas

Hacker da Vaza Jato foi ouvido por meio de videoconferência; ele está preso em Araraquara acusado de invadir o Sistema do CNJ

DelgattiDelgatti - Foto: Lula Marques/Agência Brasil

O hacker Walter Delgatti declarou, em depoimento à CPI da Câmara Legislativa do Distrito Federal, que foi "cooptado" pela ex-presidente Jair Bolsonaro e pela deputada federal Carla Zambelli para executar um plano com o objetivo de desacreditar as urnas eletrônicas. Preso na penitenciária de Araraquara, no interior de São Paulo, Delgatti falou aos deputados distritais por meio de videoconferência.

"Fui cooptado pela deputada Carla Zambelli onde recebi uma proposta para cometer irregularidades. Fui cooptado pelo ex-presidente em proposta semelhante à da Carla Zambelli. Confessei a invasão ao CNJ (Conselho Nacional de Justiça) e também ao Telegram, fiz prova contra mim mesmo e os demais envolvidos. Pergunto aos senhores: quem está preso?" afirmou o chamado "hacker da Vaza Jato" no início da sessão.

Ele está preso pela Polícia Federal sob a suspeita de invadir o sistema do CNJ e inserir um mandado falso de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. Segundo Delgatti, essa invasão foi pedida por Carla Zambelli, que teria lhe pagado R$ 3 mil e prometido um emprego.

A deputada já negou anteriormente ter feito a encomenda: — Eu gastaria R$ 3 mil para participar de uma brincadeira de mau gosto? Isso do CNJ é uma brincadeira de mau gosto. Eu não gastaria dinheiro para fazer uma brincadeira de mau gosto com o Moraes. Eu sou uma deputada séria , que sabe o que é certo e o que é errado — disse ela, que admitiu ter trazido Delgatti a Brasília para uma reunião no PL.

Além da invasão ao banco de dados de mandados de prisão, Delgatti afirmou que "foi contratado" para participar de uma encenação em que, a partir de um código fonte, ele conseguiria manipular os votos de uma urna eletrônica conectada à internet.

"Eles queriam que o povo visse o voto sendo alterado. Mas não consegui [fazer isso], porque eles não conseguiram uma urna" disse o hacker.

Eles queriam que eu fizesse o código e que o povo visse, visse

Sim, ele estava

o povo vendo sendo alterado seria outra

Não, consegui, porque eles não conseguiram a urna.

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