Deltan pede para Polícia Federal investigar doações de juiz da Lava-Jato a Lula nas eleições de 2022
Eduardo Appio teria repassado R$ 13 para a campanha do presidente e R$ 40 para a deputada estadual do Paraná Ana Júlia Ribeiro (PT-PR)
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) divulgou, nesta terça-feira (28), que o grupo de oposição o qual faz parte encaminhou uma notícia-crime à Polícia Federal para solicitar a abertura de inquérito para investigar as "doações eleitorais" feitas pelo novo juiz da Lava-Jato, Eduardo Appio, ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e à deputada Ana Júlia Pires (PT), na eleição de 2022. No Twitter, o ex-coordenador da força-tarefa da Lava-Jato ressaltou ainda o pedido de apuração de doações de supostos laranjas, já que o juiz negou ter feito os repasses.
"Se for verdade que ele não fez as doações, estamos diante de possível esquema ilegal de financiamento de campanha, utilizando dados de terceiros sem consentimento", observou.
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Ainda de acordo com o deputado, há indícios de falsidade ideológica do Partido dos Trabalhadores, caso Appio não tenha de fato realizado as doações.
"Os fatos são graves. Se os indícios forem comprovados, é preciso apurar urgentemente a existência de possíveis crimes eleitorais, de falsidade ideológica e também de lavagem de dinheiro, já que os valores também podem ter sido “lavados” para financiar campanhas do PT", postou.
Segundo dados do site do Tribunal Superior Eleitoral, ele teria repassado R$ 13 para a campanha de Lula no dia 25 de setembro. Appio aparece ainda como autor de um segundo repasse, no valor de R$ 40, para a deputada estadual do Paraná Ana Júlia Ribeiro (PT-PR). O magistrado, porém, diz não saber como seus dados foram relacionados entre os doadores do Partido dos Trabalhadores (PT), mas fez questão de apresentar comprovantes bancários para negar que tenha feito as transações. O TSE confirmou o registro das doações, mas ressalta que fraudes que envolvem o uso de CPF por terceiros é recorrente.