Eleições 2022

Denúncias de assédio eleitoral sobem 160% em uma semana

Levantamento do MPT mostra que Brasil já acumula 447 relatos de coação por parte de empregadores para que funcionários votem em seus candidatos. Procurador-geral do MPT vê 'banalização' de crimes

Urna eletrônicaUrna eletrônica - Foto: Arthur Mota/Folha de Pernambuco

O número de denúncias de assédio eleitoral feitas ao Ministério Público do Trabalho (MPT) subiu mais de 160% em uma semana, passando de 197 registros na quarta-feira passada para 447 nesta terça (18). O assédio eleitoral ocorre quando um empregador coage seus funcionários a votarem em determinado candidato.

A quantidade de denúncias de assédio eleitoral nesta eleição, até o momento, é 110% maior do que a registrada em todo pleito de 2018, quando o MPT recebeu 212 denúncias. Na época, 98 empresas foram denunciadas.

Desde o início da campanha eleitoral tem surgido relatos acerca da prática, mas as denúncias se intensificaram após o primeiro turno das eleições. A região Sul concentra o maior número de casos, com 171 denúncias. Em seguida, está a região Sudeste com 136 relatos; o Nordeste com 82 casos; Centro-oeste com 37 registros; e, por fim, o Norte com 21.

José de Lima Ramos Pereira, procurador-Geral do Ministério Público do Trabalho (MPT), teve uma reunião com o presidente do TSE, Alexandre de Moraes, e com o vice-Procurador-Geral Eleitoral, Paulo Gonet para falar sobre assédio eleitoral no ambiente de trabalho. Nenhuma medida concreta, entretanto, foi decidida na reunião. Segundo ele, além do aumento de casos, há uma trivialização de algo que é um crime.

— Houve uma banalização mesmo. São fotos, vídeos, que são jogados na rede social como se fosse algo normal. Então isso que a gente tem diferenciando em relação aos anos anteriores. Mas todo assédio ele tem que ser combatido e o assento eleitoral eleitoral não é diferente — afirmou Pereira.

Ele confirma o crescimento exponencial de casos no segundo turno:

— Eram 45 denúncias no primeiro turno. Então nós já estamos com 431, está aí vocês fazem a conta.

Na semana passada, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, comentou sobre o tema. O ministro classificou a prática como "lamentável".

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— Lamentavelmente temos casos de assédio eleitoral do empregador coagindo, ameaçando para que seus funcionários votem ou deixem de votar em determinadas pessoas. Há inclusive empregadores querendo trocar dinheiro, querendo comprar o documento do empregador — afirmou Moraes.

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