repúdio

Deputado de SP aciona MP contra ex-presidente do PT que sugeriu boicote de "empresas de judeus"

Conib e outras associações israelitas fizeram notas de repúdio contra declaração de José Genoíno

José Genoíno José Genoíno  - Foto: Reprodução

Uma declaração do ex-presidente do PT José Genoíno gerou repúdio entre entidades israelitas e resultou, inclusive, em um acionamento judicial por parte de um deputado estadual de São Paulo. A reação diz respeito a uma fala que ocorreu durante uma entrevista ao Diário do Centro do Mundo no último sábado (20), quando Genoíno afirmou que seria "interessante" boicotar empresas de judeus.

"Essa ideia do boicote por motivos políticos que ferem interesses econômicos é uma forma interessante. Inclusive, tem esse boicote em relação a determinadas empresas de judeus. Há, por exemplo, boicotes a empresas vinculadas ao Estado de Israel. Inclusive, acho que o Brasil deveria cortar relações comerciais na área de segurança e defesa com o estado de Israel" afirmou Genoíno, que chegou a ser condenado por corrupção durante o escândalo do Mensalão.

Interpretada como antissemita, a declaração motivou uma notícia-crime no Ministério Público movida pelo deputado estadual Guto Zacarias (União-SP), que pertence ao Movimento Brasil Livre (MBL). "José Genoino com a intenção de voltar à vida política passou a conceder entrevistas. Em uma delas, por meio de uma live no Youtube, defendeu abertamente o boicote de pessoas jurídicas que fossem geridas por judeus", diz trecho da representação.

Assim como o parlamentar, organizações israelitas também sinalizaram repúdio. A Confederação Israelita do Brasil (CONIB) afirmou que a declaração de Genoíno foi antissemita, o que configura crime no país. "O boicote a judeus foi uma das primeiras medidas adotadas pelo regime nazista contra a comunidade judaica alemã, que culminou no Holocausto", diz trecho do posicionamento.

As federações israelitas do Rio de Janeiro e São Paulo acompanharam a CONIB e também emitiram notas sobre o caso.

"É extremamente grave que uma pessoa com essa projeção venha atentar contra a comunidade judaica que é trabalhadora, empreendedora, cumpre seus compromissos sociais e respeita as leis. E indigno esse comportamento e merece uma reprimenda e satisfações à sociedade porque quer nos isolar em gueto comercial", escreveu o presidente da FIERJ, Alberto David Klein.

Por sua vez, a Federação Israelita do Estado de São Paulo questionou o silêncio de outros políticos ligados ao PT: "Líderes que se dizem defensores da democracia não podem concordar com mais esse ataque (...) o antissemitismo merece total reprovação. Esperamos, mais uma vez, a retratação e principalmente o repudio das pessoas de bem que defendem os valores da paz e da democracia", disse a associação.

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