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investigação

Deputado do PT pedirá CPI contra Moro por atuação em consultoria

Parlamentar do PT disse que vai colher assinaturas na Câmara para apurar suposto 'conflito de interesses' por trabalho do ex-juiz no setor privado

Sérgio Moro, ex-ministro da JustiçaSérgio Moro, ex-ministro da Justiça - Foto: Isaac Amorim/MJSP

O deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) vai colher assinaturas na Câmara dos Deputados para a instalação de uma CPI para investigar suposto “conflito de interesses” no período em que o ex-juiz Sergio Moro trabalhou na empresa Alvarez & Marsal. Para a comissão ser instalada, são necessárias 171 assinaturas.

“Vou pedir uma CPI por conflito de interesse: A Alvares & Marsal foi contratada para fazer a recuperação judicial das empresas que foram processadas pelo juiz da 13ª Vara de Curitiba. O valor pago foi de R$ 750 milhões. Quem a empresa contratou como consultor? Foi Moro”, escreveu o deputado nas redes sociais.

A base da investigação serão os relatórios do Tribunal de Contas da União (TCU), que apura possíveis irregularidades da atuação de Moro no escritório, pelo fato de ele ter sido juiz da Lava-Jato.

O ministro Bruno Dantas, do TCU, determinou que o escritório Alvarez & Marsal forneça toda a documentação referente ao rompimento do contrato com Moro, incluindo detalhes dos valores pagos a ele. O escritório atuou na recuperação judicial da Odebrecht, um dos alvos da força-tarefa.

Dados informados pela Alvarez & Marsal ao TCU mostram que o escritório recebeu cerca de R$ 65 milhões de honorários de empresas envolvidas na operação; o equivalente a 77,6% dos seus recebimentos.

Esses pagamentos foram feitos pelas empresas Odebrecht, OAS, banco BVA, Galvão Engenharia e grupo Atvos (antiga Odebrecht Agroindustrial) ao contratarem o escritório para atuação em processos de recuperação judicial ou falência.

Deputado da base bolsonarista e líder do PSL na Câmara, Major Vitor Hugo contestou o caso: “Pense e reflita. Juiz condena executivos e homologa acordos de leniência de uma empresa “X”. Tempos depois, fora da magistratura, vai trabalhar para uma consultoria que, entre outras missões, presta serviços para essa mesma empresa “X”. Há conflito de interesses?!”, publicou.

Moro afirma que seu contrato não era com a parte da empresa responsável por recuperações judiciais, que, segundo ele, tem outro CNPJ e fontes de receita diferentes. O ex-juiz encerrou seu contrato com a Alvarez & Marsal no último dia 31 de outubro. Ao TCU, a Alvarez & Marsal garantiu que não haver conflito de interesse e nega irregularidades na atuação de Moro.

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