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Deputado Waldemar Oliveira diz que CPI das Americanas não é caça às bruxas. Entenda

Segundo ele, a CPI conta com uma equipe multifuncional composta por mais de 40 parlamentares e especialistas em contabilidade

Oliveira: objetivo é apurar a fraude Oliveira: objetivo é apurar a fraude  - Foto: Câmara dos Deputados

A CPI das Americanas, aberta na Câmara Federal, ganhou, ontem, um novo titular. É o deputado pernambucano Waldemar Oliveira, o Dema, do Avante. Advogado especialista em direito tributário, atuando na área de recuperação de empresas, Dema tem perfil para ajudar a comissão a avançar nas investigações e punir os culpados pela fraude bilionária que ceifou cinco mil empregos, desde que a gigante varejista entrou com pedido de recuperação judicial, em fevereiro passado.

Peça-chave da investigação, o atual CEO das Americanas, Leonardo Coelho Pereira, responsável por expor o caso contra a ex-diretoria, incluindo o ex-CEO Miguel Gutierrez, prestou depoimento ontem. "Já prestaram depoimentos muitas pessoas, mas temos que ouvir a diretoria atual. Essa etapa é fundamental para entendermos e apontarmos quem cometeu a fraude e encaminhar para os órgãos competentes, para que seja punido quem participou direta ou indiretamente do crime”, diz em entrevista à Folha, o representante do Avante na CPI.

Segundo ele, a CPI conta com uma equipe multifuncional composta por mais de 40 parlamentares e especialistas em contabilidade e na bolsa de valores, que atuam como consultores.

“O nosso grande objetivo não é promover uma perseguição às bruxas, mas entender o que levou uma empresa tão sólida a cometer uma fraude contra o interesse público, contra os investidores e, principalmente, contra os milhares de trabalhadores que correm o risco de perder seus empregos em detrimento do ato criminoso”, complementa Dema.

Em fato relevante divulgado ao mercado, ontem, as Americanas divulgaram um relatório que indica que a fraude ocorreu por um período significativo e atingiu, em 30 de setembro de 2022, R$ 21,7 bilhões. De acordo com o documento, foram identificados diversos contratos de verba de "propaganda cooperada" e instrumentos similares (“VPC”), que teriam sido artificialmente criados para melhorar os resultados operacionais da companhia.

No esquema, sem a efetiva contratação de fornecedores, o relatório aponta a participação do ex-CEO Miguel Gutierrez, dos diretores José Timótheo de Barros, Anna Christina Ramos Saicali, Márcio Cruz Meirelles, Fábio da Silva Abrate, Flávia Carneiro e Marcelo da Silva Nunes, todos já afastados da companhia.

“Acho que nesses 120 dias que temos para conduzir a investigação na CPI, muita coisa será elucidada e os culpados de fato serão apontados. Desta forma, conseguiremos cumprir a finalidade social e econômica da comissão – zelar pela manutenção dos empregos e manutenção do crédito dos investidores de boa-fé que foram atingidos pela fraude”, pontua Waldemar Oliveira.

 

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