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Brasília

Deputados acionam PGR por declaração de Bolsonaro sobre peso de apoiador negro

Notícia-crime foi enviada por parlamentares do PT

O presidente Jair Bolsonaro em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feiraO presidente Jair Bolsonaro em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada na manhã desta quinta-feira - Foto: Reprodução

Os deputados federais Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Paulo Teixeira (PT-SP) acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Jair Bolsonaro (PL) pelo uso de uma expressão considerada racista em conversa com apoiadores nesta quinta-feira. Ele perguntou um homem negro se ele pesava "mais de sete arrobas", unidade de medida usada para a pesagem de gado.

Teu peso é o quê? Mais de sete arrobas, né? — disse o presidente, em frente ao Palácio da Alvorada.

"No caso presente, como já suscitado, o noticiado [Bolsonaro] utilizou, mais uma vez, a unidade de medida 'arroba' — usualmente presente no comércio de boi de corte, no matadouro ou nos frigoríficos — para se referir a uma pessoa negra, ciente de que a mesma conduta já foi identificada como discriminatória por essa eminente Procuradoria-Geral da República e por ministros do Supremo Tribunal Federal", afirmam os parlamentares na notícia-crime apresentada nesta sexta-feira.

Enquanto ainda era deputado federal, ele foi denunciado pela Procuradoria-geral da República pelo crime de racismo contra quilombolas, em 2018.

Na denúncia, a então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, afirmou que Bolsonaro “tratou com total menoscabo os integrantes de comunidades quilombolas. Referiu-se a eles como se fossem animais, ao utilizar a palavra arroba”.

— Fui num quilombo. O afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas. Não fazem nada! Eu acho que nem para procriador ele serve mais. Mais de R$ 1 bilhão por ano é gastado com eles — disse Bolsonaro à época, durante palestra no Rio.

O presidente já deu outras declarações racistas em conversas na porta do Alvorada. No ano passado, por exemplo, disse que o cabelo “black power” deles era “criador de barata”. No mesmo dia, depois da repercussão da fala, o presidente levou o mesmo apoiador para participar da sua live semanal.

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