Dino dá 10 dias para Câmara e Senado explicarem regra que abre brecha para omitir autor de emenda
Dino quer que os órgãos se manifestem sobre petições apresentadas pelo PSOL e pelo Instituto Não Aceito Corrupção
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal ( STF), deu 10 dias para a Câmara, o Senado e a Advocacia-Geral da União (AGU) se posicionarem sobre as novas regras para emendas parlamentares, aprovadas na semana passada, que abrem uma brecha sobre a identificação dos autores de emendas coletivas, ponto que já foi alvo de decisões do STF.
Dino quer que os órgãos se manifestem sobre petições apresentadas pelo PSOL e pelo Instituto Não Aceito Corrupção que afirmam que as regras descumprem determinações do STF.
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As regras aprovadas na semana passada estabelecem que as emendas de comissão poderão ter indicação individual ou das bancadas partidárias. Isso abriria o caminho para que apenas os líderes fossem os responsáveis pela sinalização dos repasses.
Entretanto, a exigência de identificação dos autores de todas as indicações de verbas aparece em diversas decisões de Dino, relator de ações sobre o tema no STF, nos últimos meses.
Por isso, o PSOL solicitou ao ministro que determine que a Câmara e o Senado "se abstenham de propor, colocar em tramitação ou aprovar projetos de lei, de emenda constitucional, de resoluções ou quaisquer medidas tendentes a descumprir os comandos" do STF.
Neste primeiro momento, Dino não fez avaliação sobre o texto aprovado pelo Congresso e apenas pediu a manifestação.
"Ante o exposto, à vista da necessidade de melhor esclarecimento dos fatos, intimem-se a Advocacia-Geral da União, a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, a fim de que se manifestem acerca da referida Petição, no prazo comum de 10 (dez) dias úteis", determinou o ministro.