Justiça

Dino diz que foi avisado de operação que mirou aliados de Arthur Lira com ela "em curso"

Ministro da Justiça diz que procedimento cumpriu protocolo de 'absoluta normalidade' e que deu orientações básicas

Ministro da Justiça Flávio Dino, em audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado Ferderal. Ministro da Justiça Flávio Dino, em audiência na Comissão de Segurança Pública do Senado Ferderal.  - Foto: Cristiano Mariz/O Globo

O ministro da Justiça Flávio Dino afirmou nesta terça-feira que foi avisado da operação da Polícia Federal que mirou aliados do Progressistas e do presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) quando ela já estava ocorrendo. A declaração foi dada em entrevista à Globonews.

Na última quinta-feira, a PF realizou uma operação visando desarticular uma organização criminosa suspeita de praticar crimes de fraude em licitação e lavagem de dinheiro, em Alagoas. De acordo com as investigações, o superfaturamento da compra de kits de robótica gerou prejuízo ao erário de R$ 8,1 milhões e sobrepreço, em recursos desviados do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), ligado ao Ministério da Educação (MEC).

Diante do cenário de dificuldade na articulação política do governo no Congresso Nacional, Dino foi questionado sobre uma possível motivação política, o que negou:

— Não se trata de avisar o presidente da República a não ser que tenha uma circunstância. Nós já tínhamos marcado uma reunião e comentei na ocasião. Não cabe a mim nem ao presidente autorizar. Acho esquisito alguém imaginar que eu tenha algum contato com o ministro André Mendonça, são processos que já existem e algum momento andam. Não houve nenhum tipo de orientação política para que as ações envolvendo Arthur Lira andassem mais rápido ou mais devagar.

Em seguida, o ministro afirmou que a Polícia Federal tem autonomia total para agir:

— Eu apenas digo prioridades. Como, por exemplo, Amazônia e crimes ambientais, mas não digo onde a droga será apreendida. Há uma orientação de prioridades no nível nacional, mas não há direcionamento enquanto ao mérito das investigações.

CPI do 8 de janeiro
Sobre a CPI do dia 8 de janeiro, o ministro não teme ser convocado para depor na comissão. Flávio Dino reiterou que os ataques que culminaram na depredação do patrimônio público foi realizado por terroristas da extrema-direita:

— Eu já fui seis vezes ao Congresso Nacional, inclusive para prestar contas sobre 8 de janeiro. Em algum momento poderei ir à CPI? Claro que sim. Até para banir a levianidade. Nós fomos vítimas do 8 de janeiro, fomos atacados, foram atos de terrorismo. Agora vem exatamente os terroristas e os seus amigos inventando uma teoria.

Indicação de Zanin atende 'requisitos constitucionais'

Em relação a indicação feita pelo presidente Lula (PT) na última quinta-feira, Dino defendeu o nome do advogado pessoal Cristiano Zanin à Suprema Corte:

— A indicação do Cristiano Zanin atende os requisitos constitucionais. O futuro de um ministro independe de quem o nomeou. Se eu estivesse como senador, votaria com toda convicção "sim" à nomeação de Zanin.

E sobre a possibilidade de ser indicado a vaga de Rosa Weber e se tornar ministro do STF, Dino desconversou:

— Realmente não especulo sobre isso, não é uma decisão minha. Isso depende de vaga, critérios que o presidente vai adotar e eu to muito bem na política.

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