Dino diz que governo do DF mudou plano de última hora e decidiu liberar Esplanada dos Ministérios
Acordado anterior previa o bloqueio total do acesso à Esplanada dos Ministérios, que dá acesso à praça dos Três Poderes, onde ocorreram os atos terroristas
Flávio Dino, ministro da Justiça, disse nesta segunda-feira que houve mudança de última hora no plano de segurança da região central de Brasília firmado entre o governo federal e o governo do Distrito Federal. Segundo o que havia sido acordado previamente, disse, no domingo haveria o bloqueio total do acesso à Esplanada dos Ministérios, que dá acesso à praça dos Três Poderes, onde ocorreram os atos terroristas.
"Foi firmado um entendimento operacional de que as pessoas não entrariam na Esplanada e haveria um bloqueio à semelhança do que ocorreu na posse. Infelizmente houve uma avaliação das autoridades locais de que seria possível na última hora mudar esse planejamento. E esse planejamento foi modificado. E isso ensejou para que essas pessoas descessem a Esplanada e, em seguida, teve o descontrole", detalhou Dino.
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Esse plano foi traçado em reunião ocorrida na última sexta-feira entre o delegado-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e representantes do governo do Distrito Federal. Dino evitou responsabilizar o governador afastado Ibaneis Rocha e afirmou que as investigações irão indicar ou não se houve ato doloso. "Nesse instante não é possível dizer se houve um crime ou um erro. Eu vi com meus olhos que o contingente policial estava absolutamente desconforme com a decisão formada de que não era para descerem a Esplanada", contou.
"A situação era absolutamente evitável, se não fosse essa mudança de planejamento de última hora. Isso jamais aconteceu deste modo na história da República. Há uma cadeia de eventos inéditos", acrescentou.
Dino admitiu que o efetivo da Força Nacional de 140 homens, era "insuficiente" para conter os manifestantes extremistas. Ele anunciou hoje a chegada de outros 500 agentes à Brasília.
"Obviamente, era uma atuação insuficiente pela revisão do planejamento do DF. Nós montamos a nossa atuação a partir de uma premissa. Essa premissa foi revista e não havia condições de mobilizar outros contingentes. Esse é o meu limite constitucional", disse ele, lembrando que a PF não é uma polícia ostensiva e que a PRF só pode atuar nas estradas federais.
"Se eu soubesse três dias antes que o planejamento era outro, eu teria tomado outras decisões possíveis", completou.