Investigação

Dino diz que, por enquanto, não vê necessidade em pedir extradição de Bolsonaro

Ministro da Justiça acrescentou que, caso o ex-presidente alongue a permanência nos EUA, aparentemente temporária, a situação muda

Flávio DinoFlávio Dino - Foto: Mauro Pimentel/AFP

O ministro da Justiça e da Segurança Pública, Flávio Dino, afirmou nesta terça-feira (7), em entrevista à Rádio Bandeirantes, que não há um motivo concreto, pelo menos por enquanto, para o governo federal solicitar a extradição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que continua nos Estados Unidos.

Bolsonaro passou a ser investigado em um inquérito que apura a instigação dos atos golpistas executados no mês passado, em Brasília, por decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal.

Na avaliação de Dino, ainda não há situação legalmente cabível que obrigue o pedido de extradição. “Claro que se ele alongar essa permanência, aparentemente temporária, e alongá-la definitivamente, aí sim a situação muda”, prosseguiu.

O ministro acrescentou que quem colocou o ex-presidente na situação de investigado foi ele, com seus atos, ações e omissões. “Efetivamente, ele é investigado. Agora, há pessoas próximas a ele, aliados dele, que estão falando que ele participou de reuniões gravíssimas. Então, não é uma ação de quem não gosta dele. São pessoas que frequentavam a casa dele”, afirmou Dino.

Dino disse que essas pessoas estão sendo ouvidas e que há documentos que foram apreendidos e, como qualquer brasileiro, Bolsonaro terá de prestar esclarecimentos.

Trata-se de uma referência à trama que teria sido relatada em dezembro ao senador Marcos do Val (Podemos-ES), que prestou depoimento à Polícia Federal na última quinta-feira (2). A ideia, supostamente encampada por Bolsonaro e pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB-RJ), seria grampear ilegalmente Alexandre de Moraes, a fim de que a gravação servisse para prender o magistrado e viabilizar um golpe de Estado.

 “Claro que se ele alongar essa permanência, aparentemente temporária, e alongá-la definitivamente, aí sim a situação muda”, prosseguiu. “Mas hoje não há nenhuma providência relacionada à extradição dele.”

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