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SUPREMO

''Dino sabe o meu voto e não vai me procurar'', diz Flávio Bolsonaro sobre indicado de Lula ao STF

Ministro da Justiça foi aconselhado por aliados a buscar oposicionistas, mas enfrenta resistências

Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)Senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) - Foto: Reprodução/YouTube

O ministro da Justiça, Flávio Dino, encontra resistência na oposição do Senado à sua indicação ao Supremo Tribunal Federal (STF), principalmente entre bolsonaristas. Dino afirmou mais cedo que iria procurar todos os parlamentares da Casa para conversar antes da sua sabatina, marcada para o dia 13, inclusive, os de direita. Um dos principais nomes da oposição na Casa, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no entanto, disse não acreditar que Dino chegue a procurá-lo.

— Ele já sabe qual é meu voto, não vai me procurar—afirmou o senador.

Outros senadores da mesma ala também resistem a se encontrar com Dino. Um deles é o ex-ministro da Pesca de Bolsonaro, senador Jorge Seif (PL-SC).

—Se ele me procurar para falar de voto, eu vou dizer que é perda de tempo para nós dois—disse Seif.

A senadora Damares Alves (Republicanos-DF), que chegou a ser sondada por aliados de Dino para um encontro com o indicado nesta quarta-feira (29), afirmou que conversaria com ele “de senadora para senador”, mas que não pretende falar sobre seu voto já que está convicta de sua posição contrária à sua indicação.

— Sua visita é desnecessária já que me manifestei publicamente contra a indicação. Seria melhor ao indicado concentrar seus esforços naqueles que ainda estão indecisos — acrescentou o senador Cleitinho (Republicanos-MG).

Já o senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS), segundo aliados de Dino, teria aceitado conversar com o ministro da Justiça. Mourão não respondeu à reportagem sobre o convite.

O senador Eduardo Girão (Novo-CE) afirmou que a indicação foi “um nome pesado em um momento de pacificação”.

Para opositores, Lula errou ao apresentar um nome político quando o Senado rebate uma suposta politização do STF com projetos, como a PEC das drogas e a restrição de decisões monocromáticas.

Além disso, ainda há uma ferida aberta nesse grupo em relação à Dino por ele não ter sido chamado a depor na CPI do 8 de Janeiro e não ter apresentado imagens internas do Ministério da Justiça no dia dos ataques.

Esses pontos devem ser trazidos de volta nas perguntas dos parlamentares da oposição durante a sabatina. Mais cedo, Dino afirmou que iria “mudar de roupa” para fazer seu périplo entre os senadores.

— No momento em que o presidente Lula faz a indicação, evidentemente que eu mudo a roupa que eu visto. E essa roupa hoje é em busca desse apoio do Senado. A roupa que, se eu merecer essa aprovação, eu vestirei sempre, que independe de governo e oposição— disse.

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