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BRASÍLIA

Dividido, PT já fala em Humberto disputar presidência

Ala do partido defende o nome do senador para o comando nacional da sigla; eleição está marcada para julho

Senador Humberto CostaSenador Humberto Costa - Foto: Rafael Melo/Folha de Pernambuco

Escolhido por aclamação para presidir o PT até julho, o senador pernambucano Humberto Costa diz que tem uma missão a cumprir, não fala em disputar o comando do partido em eleição, marcada para julho, mas uma ala do PT quer que entre na disputa com Edinho Silva, ex-prefeito de Araraquara (SP), o preferido do presidente Lula. Até o momento, Humberto não manifestou interesse nesse duelo.

 

O nome de Edinho enfrenta resistências em seu próprio grupo político, justamente por ele propor mais diálogo e menos enfrentamento. "O meu compromisso é de um mandato-tampão, até para que eu possa cumprir a minha principal responsabilidade, que é a de tentar fazer com que esse processo de eleição interna se dê de forma democrática e seja de mobilização nacional dos nossos filiados", disse Humberto.

"Queremos fortalecer já o partido para a disputa de 2026”, acrescentou. Após ser aclamado, Humberto disse que o principal desafio do partido é reverter a queda de popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e construir a unidade interna. "Vamos contribuir para ultrapassar esse momento de dificuldade que estamos vivendo em termos de popularidade do governo e unir o PT para o processo de eleição direta, com voto dos filiados, em julho", afirmou.

"Será um grande processo de renovação para chegarmos às eleições de 2026 com nosso presidente candidato a novo mandato”, acrescentou. A indicação de Humberto para assumir o PT como interino foi decidida na noite da última quinta-feira, em reunião da CNB, que é majoritária no partido. Não houve votação sobre a escolha na reunião da Executiva. A CNB é a tendência de Lula, Gleisi, Humberto, Edinho e da maior parte dos ministros do PT que integram a Esplanada, como Fernando Haddad (Fazenda).

A exemplo de Lula, que enfrenta o pior período de todos os seus mandatos, o PT vive uma crise, dividido em várias alas que não se entendem sobre os rumos do partido e do governo. Há os que pregam uma guinada à esquerda e outros que defendem a necessidade de diálogo com todos os setores para pôr fim à polarização no País.

Humberto convocará o Diretório Nacional em até 60 dias. É uma exigência do estatuto, em caso de renúncia ou licença do presidente, para oficializar o nome do substituto. No dia 6 de julho, o PT promoverá eleições diretas para renovar sua direção em todo o País.

 

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