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Investigação de fraude

E-mail com nome de Lula aparece em registro de vacinação de Bolsonaro, diz Prefeitura de São Paulo

Endereço "[email protected]" é citado em boletim de ocorrência enviado à imprensa pela gestão do prefeito Ricardo Nunes

Jair BolsonaroJair Bolsonaro - Foto: MIGUEL SCHINCARIOL / AFP

O e-mail "[email protected]" aparece na ficha de vacinação do ex-presidente Jair Bolsonaro cadastrada no VaciVida, sistema municipal em que constam as doses de imunizantes aplicadas em São Paulo.

O e-mail é citado em um boletim de ocorrência enviado à imprensa pela gestão do prefeito Ricardo Nunes. O B.O. foi registrado em janeiro para apurar se o presidente havia, de fato, se vacinado em São Paulo, na UBS Parque Peruche, Zona Norte da capital — como informado por um grupo de hackers no mesmo mês. O então presidente, no entanto, sequer estava na cidade no referido dia da vacinação.

Diz o boletim que foi verificado no sistema VACIVIDA a existência de um registro com o nome e CPF de Bolsonaro, além do e-mail "[email protected]". A gestão de Ricardo Nunes, que negocia uma aliança com o PL e ensaia uma aproximação com o bolsonarismo, chamou atenção para a existência do e-mail e saiu em defesa do ex-presidente, alvo de operação da Polícia Federal por falsidade ideológica.

"Chama atenção o e-mail [email protected] cadastrado na ficha, o que pela data do registro levanta suspeita de ato criminoso contra o ex-presidente Bolsonaro e também o atual presidente Lula", diz o texto encaminhado nesta quinta-feira.

Entenda o caso
Após inserir dados falsos de vacinação contra a Covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde, a conta vinculada a Bolsonaro emitiu quatro certificados de vacinação contra o coronavírus no aplicativo ConecteSUS.

Dois deles referem-se à vacina da Pfizer, cujas doses foram registradas em Duque de Caxias (RJ). A outra metade é do imunizante da fabricante Janssen, que teria sido aplicado em São Paulo em 19 de julho de 2021, mesma data de vacinação divulgada por um grupo de hackers em janeiro deste ano.

De acordo com os documentos da Polícia Federal, os certificados falsos da Janssen foram emitidos em 30 de dezembro de 2022 e 14 de março deste ano. A data informada no cartão de imunização, o dia 19, um dia depois de o então presidente receber alta do Hospital Vila Nova Star, na Zona Sul de São Paulo, onde ficou internado por quatro dias.

Na agenda oficial, consta que Bolsonaro estava de férias no dia 19. Naquela manhã, ele já estava em Brasília, conversando com apoiadores.

Segundo a PF, a emissão do certificado de vacinação do dia 30 de dezembro veio de um celular vinculado a Mauro Cid, coronel que era braço direito de Bolsonaro. Ele teria emitido o documento às 12h02min24s e, cerca de duas horas depois, viajou junto com Bolsonaro para os Estados Unidos.

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