Eduardo Bolsonaro tem visto válido por 6 meses e precisa de aval de Trump caso queira ficar nos EUA
Para driblar as limitações do visto atual, Eduardo tem dito que pretende solicitar asilo político ao governo americano
Nos Estados Unidos há 20 dias, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) entrou no país com um visto de turista, o que lhe permite seguir em solo americano por pouco mais de cinco meses.
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A categoria de visto B1/B2 é destinada a viagens curtas e cursos rápidos, com duração máxima de seis meses.
Caso seja preciso ampliar o tempo de permanência, é possível solicitar uma ampliação de mais 30 dias no prazo.
Para driblar as limitações do visto atual, Eduardo tem dito que pretende solicitar asilo político ao governo de Donald Trump, já que esta é uma forma de conseguir o green card — a autorização de residência permanente.
Nesta terça-feira, depois de dizer que se licenciaria do mandato por um período inicial de quatro meses — período em que seu visto de turista permaneceria válido -, Eduardo disser não ter "a mínima possibilidade de voltar ao Brasil", mesmo depois de o procurador-geral da República, Paulo Gonet, ter se manifestado contra a apreensão do passaporte do parlamentar, que era apontada por ele como principal motivo para abrir mão do mandato.
O pai dele, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que se Eduardo pedisse asilo político, "o Trump daria na hora".
— Não há a mínima possibilidade de eu voltar ao Brasil, não é um lugar seguro para fazer oposição, mesmo com o meu passaporte. Alexandre de Moraes é um psicopata — afirmou o deputado em entrevista à Revista Oeste.
O movimento do filho do ex-presidente, que surpreendeu parte do Congresso, é mais uma tentativa de mobilizar aliados diante do possível revés no Supremo Tribunal Federal (STF).
No domingo, Bolsonaro liderou uma manifestação esvaziada em Copacabana, no Rio, onde fez apelos ao Legislativo por uma anistia aos condenados do 8 de Janeiro.
Agora, Eduardo pretende ficar nos Estados Unidos, segundo ele, até que o ministro Alexandre de Moraes, do STF, seja punido por “abuso de autoridade”.
A ideia é continuar a dialogar com integrantes do governo Donald Trump e tentar exercer uma pressão externa sobre a Justiça brasileira.
Mesmo licenciado, Eduardo Bolsonaro não perde o mandato, apesar de o salário ser cortado. Na terça-feira, Bolsonaro sugeriu que já recebeu pedidos para manter o filho no exterior e indicou que ele próprio pode bancá-lo financeiramente.
Em caráter reservado, ministros do Supremo afirmam que a iniciativa do deputado federal pode indicar uma “preparação de clima” por parte de Bolsonaro para deixar o país.
Aliados do PL tentaram, durante o dia, argumentar que Eduardo resistia a atos arbitrários. Antes de tomar sua decisão, o parlamentar ligou para o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), e posteriormente avisou a bancada do partido.
— Foi uma decisão pessoal e corajosa. Ele não tinha comentado nada, mas o partido respeita a decisão dele — disse o deputado Altineu Côrtes (PL-RJ).