Eduardo Leite decide ficar no PSDB
Segundo tucanos, decisão deve ser anunciada na quinta-feira
Uma possível saída do PSDB pelo governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), para ser candidato a presidente da República pelo PSD ficou mais distante, segundo dizem pessoas próximas ao gaúcho.
A decisão deve ser anunciada nesta quinta-feira (24), já que o governador precisa voltar suas atenções para as articulações políticas em seu estado, onde o projeto de sua sucessão está travado.
O governador não conseguiu emplacar um nome na eleição estadual, o que preocupa o seu grupo político. Há inclusive pressão para que Leite seja candidato à reeleição e quebre sua promessa de não ter um segundo mandato.
O cenário visto como mais provável, hoje, por correligionários é de uma renúncia de Leite no próximo dia 2 de abril. Caso isso se concretize, ele poderia tentar voltar à corrida presidencial (o que sempre foi sua preferência) numa composição com outros partidos que negociam com os tucanos. Outra hipótese que também não é descartada seria disputar uma vaga ao Senado e até na Câmara — diante da debandada na bancada tucana, o partido vai precisar de puxadores de votos.
Até agora, um dos pontos que pesam contra uma mudança de partido é o risco de Leite ficar isolado na sigla de Gilberto Kassab. Nos últimos dias, ele ouviu lideranças de União Brasil, MDB e Cidadania que demonstraram contrariedade com a ideia de uma migração para o PSD, já que Kassab não participou das discussões de uma candidatura única com esses partidos.
Leia também
• Lançamento da pré-candidatura de Lula deve ocorrer no dia 30 de abril
• Dirigentes da terceira via alertam Eduardo Leite sobre risco de ficar isolado se migrar para o PSD
• Com possível saída de Braga Netto, Bolsonaro avalia nova troca no comando do Exército
Além disso, o presidente do PSD disse em entrevistas que escolheria o petista numa hipótese de um segundo turno com o presidente Jair Bolsonaro. Esses acenos de Kassab na direção do ex-presidente Lula não são bem vistos pelo eleitorado conservador identificado com Leite. Na avaliação de aliados, a situação colocaria numa situação difícil com sua base.
Nos últimos dias, os movimentos de Leite indicam uma reaproximação com o PSDB. Lideranças tucanas fizeram uma carta que pedia a permanência do governador e contava inclusive com assinaturas de aliados do governador de São Paulo, João Doria - o paulista e o gaúcho travaram uma disputa acirrada nas prévias em dezembro. Nessas conversas, tucanos colocaram à mesa inclusive a possibilidade de Leite assumir o comando da legenda em 2023 num esforço de renovação do PSDB e de construção de uma potencial candidatura para 2026. Esse gesto teria agradado o governador.