CASO MARIELLE FRANCO

Élcio de Queiroz conta só ter descoberto em bar que Marielle Franco e Anderson Gomes haviam morrido

Segundo delator, Lessa teria afirmado que pagamento não tinha a ver com o crime

Ronnie Lessa e Élcio Queiroz Ronnie Lessa e Élcio Queiroz  - Foto: Reprodução/TV Globo

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Após atirarem contra o carro de Marielle e Anderson, na noite do dia 14 de março de 2018, Élcio Queiroz e Ronnie Lessa seguiram para um bar próximo à Av. Olegário Maciel, na Barra, onde se encontraram com um grupo de pessoas, entre elas, o Suel. Na televisão do local, sem som, Élcio teria visto uma notícia e identificado o veículo da vereadora. Perguntou ao garçom o que havia acontecido e recebeu a informação de que era sobre o homicídio de uma vereadora, que duas pessoas haviam morrido.

A descrição faz parte da delação feita por Élcio à Polícia Federal. No documento, ele revela ter suspeitado apenas da morte de Marielle e que, como o vidro do carro onde ele estava era muito escuro, não conseguia saber exatamente se Anderson havia sido atingido também.

"Ficava toda hora aparecendo a chamada (televisão). Eu falei: o que aconteceu? perguntei pro garçom, aí ele falou que foi um homicídio de uma vereadora, falou por alto. Não tinha som porque estava tendo jogo. De vez em quando chamava, até que um momento...pergunta, pergunta...até que ele falou: "morreram duas pessoas no local"...eu falei: "que merda". [...] Veja bem, eu acredito que o vidro não estilhaçou, não. O vidro estava fechado, eu nem vi o rosto dele. Não sei se o meu vidro era muito escuro, pode ser que o disparo atravessou o vidro, mas eu não vi", explica Élcio na delação.

O delator contou que não conhecia Marielle. Ele era amigo de infância de Lessa e, naquela noite, havia sido chamado por ele para dirigir um carro, mas não sabia exatamente para quê. Élcio explicou que só entendeu que se tratava de uma execução quando chegaram próximo à Casa das Pretas, na Lapa, Centro do Rio, onde a veradora participava de um evento, e Lessa vestiu um casaco, pegou uma metralhadora, silenciador, binóculo e se arrumou no banco do carro.

Delação premiada
Élcio de Queiroz está preso há quatro anos suspeito de participar das mortes da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. No dia 14 de junho, ele participou de uma delação premiada, na qual assumiu a participação no crime e deu detalhes sobre a noite dos assassinatos.

Nela, ele revelou o nome do ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa, o Suel, preso nesta segunda-feira (24) pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Ele é suspeito de integrar milícia e de ter tentado matar a vereadora em 2017.

 

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