Eleição municipal é dissociada de presidencial, diz Bolsonaro após derrota de aliados
Declarações do presidente, feitas na noite desta segunda (16), foram transmitidas por um site bolsonarista
Um dia depois de uma eleição marcada pela derrota de aliados, o presidente Jair Bolsonaro disse que os pleitos municipais são dissociados dos presidenciais e argumentou que não está preocupado com os efeitos da disputa deste domingo (15) em 2022.
"Só para recordar um fato. Em 2016 o [Geraldo] Alckmin elegeu o [João] Doria no primeiro turno [para a prefeitura], coisa rara em São Paulo. Dois anos depois o Alckmin teve 4% das eleições presidenciais. Então eleição municipal é dissociada das majoritárias. E não estou preocupado com 2022 não, isso aí é problema de todos nós", afirmou o presidente, ao chegar ao Palácio da Alvorada.
As declarações do presidente, feitas na noite desta segunda (16), foram transmitidas por um site bolsonarista Em sua estreia como cabo-eleitoral, Bolsonaro teve um resultado abaixo das expectativas de seus aliados. Dos 59 nomes que referendou pessoalmente em suas "lives eleitorais gratuitas", apenas 13 se elegeram -os principais, dois prefeitos de cidades interioranas, Mão Santa (DEM), em Parnaíba (PI), e Gustavo Nunes (PSL), em Ipatinga (MG).
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Entre os nomes apoiados pelo presidente em grandes cidades, apenas Marcelo Crivella (Republicanos), no Rio de Janeiro, e Capitão Wagner (Pros), em Fortaleza, passaram para o segundo turno.
Bolsonaro minimizou o apoio dado a candidatos de sua preferência, dizendo que fez apenas quatro lives para divulgá-los. Na conversa com apoiadores, o mandatário criticou ainda Tarcísio Motta (PSOL), vereador reeleito que neste ano tirou do filho do presidente Carlos Bolsonaro (Republicanos) o título de candidato mais votado para a Câmara Municipal do Rio. Em outro trecho, o presidente investiu contra o apresentador Luciano Huck, que é visto como o Palácio do Planalto como um possível adversário para 2022.
O presidente se referiu a Huck como "um apresentador de televisão" que tem o apoio de um "pessoal mais progressista". Para criticar Huck, Bolsonaro afirmou que ele comprou um avião com um empréstimo do BNDES -o apresentador justificou que usou um programa do banco que financia a aquisição de aeronaves da Embraer.