Elmar encaminha apoio do PDT e amplia alianças pela sucessão de Lira
Partido participa de reunião com candidato e apresenta contrapartidas
Tido como o candidato mais próximo de Arthur Lira (PP-AL), o postulante à sucessão à presidência da Câmara Elmar Nascimento (União-BA) conseguiu uma espécie de "pré-apoio" do PDT.
A Executiva Nacional do partido firmou, nesta quarta-feira, um indicativo de que embarcará na empreitada de Elmar, que sequer foi formalizada.
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Elmar é o único candidato do seu bloco, que conta com 170 deputados de partidos como União Brasil, PP, a federação PSDB/CIDADANIA, PDT, AVANTE, SOLIDARIEDADE e PRD, e tentar reunir os apoios dessas legendas, além do PL, de Jair Bolsonaro.
Também estão na disputa nomes como Antônio Brito (PSD-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).
Líder do PDT na Câmara, o deputado Afonso Motta (RS) confirmou o endosso ao nome de Elmar. Ele indica que o partido, que conta com 18 deputados, receberá contrapartidas.
— Estivemos reunidos com Elmar, o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, e o próprio Elmar nesta quarta. Ele conta conosco e colocamos a ele a importância de manutenção dos nossos espaços, além da relevância de projetos que têm relatoria tocada por nomes do PDT, como o PLP 108 (regulação da reforma tributária) e a suspensão das dívidas do Rio Grande do Sul — afirma.
Em paralelo, Elmar também negocia o apoio da bancada do PL, que conta com 95 parlamentares. Para concretizá-la, a barganha é feita com espaços em uma eventual futura Mesa Diretora da Casa a partir do ano que vem.
Citado como possível nome a ser lançado pelo partido no primeiro turno da disputa, o líder na Câmara, Altineu Côrtes (RJ), pode abrir mão da disputa e conceder o apoio a um dos nomes do páreo, como Elmar, Antônio Brito (PSD-BA) e Marcos Pereira (Republicanos-SP).
Como condicionante aos apoios, a legenda comandada por Valdemar da Costa Neto pede a primeira vice, em uma futura presidência.
Antônio Brito e Elmar Nascimento já sinalizaram a Valdemar que aceitam ter Altineu no posto, caso o partido feche questão em torno dos seus nomes. Além de conduzir sessões na ausência do próximo presidente, o 1º vice-presidente da Câmara também é o vice-presidente do Congresso.
A negociação, entretanto, não se restringe apenas a este posto. Bolsonaristas condicionam este apoio ao compromisso com pautas conservadoras, especificamente às relacionadas à indústria armamentista e às matérias de "comportamento". A defesa de uma anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados que estão sob investigação pelos atos de 8 de janeiro também faz parte das conversas.