Em ato esvaziado, Deltan Dallagnol chora ao dizer que não é impossível reverter a perda do mandato
Deputado cassado compareceu à manifestação em Curitiba junto a apoiadores; o movimento também ocorreu na cidade de São Paulo
O deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR) chorou neste domingo ao afirmar que não é "impossível" reverter a decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por sua cassação. O parlamentar participou de ato esvaziado em Curitiba, no Paraná. Apoiadores do movimento Vem Pra Rua também organizaram manifestação em seu favor na Avenida Paulista, em São Paulo.
"Eu quero dizer para vocês que eles podem ganhar ou a gente pode ganhar. Eu não sei o que você vai fazer, mas eu vou dizer o que eu vou fazer: eu vou lutar eu vou lutar até o fim. Várias pessoas ao longo da Lava Jato me pediram: "não desista nós precisamos de pessoas como você". Agora sou eu que quero pedir para vocês: não desistam" disse o parlamentar.
Como antecipou a coluna de Lauro Jardim, o corregedor da Câmara, Domingos Netto avisou a aliados que já concluiu seu parecer pela cassação, seguindo decisão do TSE, e que vai apresentá-lo na terça-feira à Mesa Diretora.
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Dallagnol aproveitou o ato para criticar o presidente Lula (PT) e a indicação do seu advogado pessoal Cristiano Zanin para o Supremo Tribunal Federal:
"Não quero viver num País em que tem um corrupto na Presidência e quem combate a corrupção corre risco de ir para a cadeia. Não quero viver em um País em que um amigo do presidente é colocado no STF não por suas qualidades, mas por fidelidade. Em que pessoas de bem vão às ruas com medo de fazer o que é certo numa democracia, criticar decisões de governantes" disse ao lado da presidente nacional do Podemos, a deputada federal Renata Abreu.
As manifestações deste domingo tiveram o lema "Liberdade, Justiça e Democracia". Dallagnol, no entanto, não esteve presente na Avenida Paulista.
Há duas semanas, o ex-procurador foi cassado em decisão unânime do TSE com base na Lei da Ficha Limpa. De acordo com o entendimento da Corte, Dallagnol deixou o Ministério Público para escapar de possíveis punições. Nesta segunda-feira, o deputado depõe na Polícia Federal (PF) pelos ataques sem provas que proferiu ao TSE após a decisão. Em entrevistas, ele chegou a afirmar que os sete ministros combinaram a decisão de retirar seu mandato.