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CÂMARA FEDERAL

Em conversa com Lula, Lira atribui derrota do governo na Câmara à desarticulação da base aliada

Câmara aprovou o projeto de lei que estabelece um marco temporal para terras indígenas

Arthur Lira, presidente da Câmara dos DeputadosArthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados - Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados

Um dia após o governo sofrer nova derrota na Câmara, na votação do marco temporal, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva telefonou nesta quarta-feira (31) ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Na conversa, segundo interlocutores do parlamentar, Lira reclamou de dificuldades na articulação do governo. Há a possibilidade de os dois se reunirem ainda hoje.

A conversa entre os dois ocorreu pouco depois de Lula se reunir com os ministros Rui Costa (Casa Civil) e Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), no Palácio da Alvorada. O encontro não estava previsto na agenda oficial. Os ministros encabeçam a articulação política do governo.

Nesta terça-feira, a Câmara a aprovou o projeto de lei que estabelece um marco temporal para terras indígenas, em mais um sinal de fragilidade da base do governo. Além disso, a votação da MP que cria a nova estrutura do governo Lula foi adiada para esta quarta-feira, véspera do prazo de validade.

O líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), orientou contra o texto do marco temporal durante a votação e disse que o Poder Executivo queria adiar a discussão, sinalizando um acordo para isso. Momentos antes de votar, no entanto, Lira disse que o governo não deu garantia de que iria cumprir o acordo.

Na conversa com o presidente, Lira também relatou incômodo com ataques que tem recebido do senador Renan Calheiros (MDB-AL), aliado do Planalto, nas redes sociais. Os dois são adversários políticos em Alagoas. O presidente da Câmara disse ser preciso "respeito" na política.

A ligação de Lula ao presidente da Câmara acontece na véspera de os deputados votarem a Medida Provisória que reestruturou os ministérios do governo. O texto foi alterado pelo relator, deputado Isnaldo Bulhões (MDB-AL), esvaziando as pastas do Meio Ambiente e Povos Indígenas.

A medida poderia ter sido votada ontem, mas Lira priorizou a votação do marco temporal da terra indígena, uma demanda da bancada ruralista e uma derrota para Lula.

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