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Paraná

Em Curitiba, candidato de Greca tenta atrair Deltan Dallagnol para vice

Eduardo Pimentel esteve com ex-deputado nesta terça-feira; ontem, Requião e Beto Richa também se encontram para discutir alianças

Deltan DallagnolDeltan Dallagnol - Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados

A menos de seis meses para as eleições municipais, o tabuleiro em Curitiba, capital do Paraná, vem sofrendo turbulências nos últimos dias. Entre esta segunda e terça-feira, duas duplas de pré-candidatos se reuniram entre si para tentar costurar alianças: os ex-governadores Beto Richa ( PSDB) e Requião (Mobiliza), e o vice-prefeito Eduardo Pimentel (PSD) e o ex-deputado Deltan Dallagnol (Novo).

Após quase deixar o PSDB e migrar para o PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Beto Richa se sentou com um antigo rival, Requião, na tarde desta segunda-feira. Os dois sempre estiveram em campos políticos opostos no Paraná, tendo Richa derrotado Requião nas eleições de 2014.

Quatro anos depois, quando Richa foi preso, Requião chegou a debochar da situação nas redes sociais. Desde as eleições de 2022, contudo, as desavenças parecem ter ficado no passado. Na ocasião, os dois já haviam se reunido para unir forças contra o governador Ratinho Júnior (PSD), que terminou reeleito.

Nesta segunda, os dois voltaram a se encontrar, desta vez tendo em vista as eleições de outubro. Segundo articuladores, Requião teria pleiteado que Richa não concorresse e integrasse a sua chapa. Uma solução tida como viável seria a indicação de sua mulher, Fernanda Richa, enquanto vice-prefeita.

Menos de 24 horas após esta reunião, Eduardo Pimentel esteve com Deltan Dallagnol no Palácio Iguatu, sede da prefeitura de Curitiba, junto ao governador Ratinho Júnior na manhã desta terça-feira. Os dois vinham mantendo conversas frequentes e articuladores de Deltan afirmam que o ex-deputado considera o vice-prefeito um político inovador e correto.

Nesta manhã, Pimentel teria mostrado parte do plano de governo que vem elaborando e teria dito que estaria disposto a compor com o Partido Novo. Os dois irão se encontrar novamente ainda esta semana para voltar a discutir propostas para a cidade.

Vice de Rafael Greca (PSD), Pimentel tem ao seu lado a boa avaliação de seu padrinho político, de quem espera transferência de votos. Há duas semanas, em entrevista ao GLOBO, Pimentel já havia admitido que não descarta a possibilidade de ter Deltan enquanto vice:

— Não descarto compor (com ele), mas conversamos também com PL e União Brasil. A vice ainda está aberta — disse.

Citados por Pimentel, PL e União Brasil lançaram pré-candidatos próprios: o ex-deputado Paulo Martins e o deputado estadual Ney Leprovest, respectivamente. Recentemente, a deputada federal Rosangela Moro mudou de domicílio eleitoral para Curitiba e articuladores especulam a possibilidade da mulher do ex-juiz Sergio Moro substituir Leprovest na disputa.

Esquerda unificada?
No outro lado do espectro político, o ex-prefeito Luciano Ducci (PSB) deve concorrer com o apoio do presidente Lula (PT) e tenta unificar todo o campo político ao redor de seu nome. Além da federação PT-PV-PCdoB, ele busca o apoio do PDT, PSOL e Rede. Duas dessas siglas, contudo, possuem representantes que querem concorrer: os deputados federais Carol Dartora e Zeca Dirceu (PT) e o estadual Goura (PDT).

— Nesse momento é natural e válido que todos os partidos coloquem suas pré-candidaturas — minimiza Ducci.

O cenário será definido até cinco de agosto, data limite para as convenções partidárias.

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