Em diplomação, Castro projeta desafios do Rio para próximos anos
Deputados estaduais, federais e o senador Romário também receberam os diplomas eleitorais
O governador reeleito do Rio, Cláudio Castro (PL), os deputados federais e estaduais e o senador Romário (PL) foram diplomados nesta sexta-feira (16) em cerimônia no Theatro Municipal carioca, onde, reunido, o centro do poder político fluminense projetou os desafios do estado para os próximo anos.
Castro apontou avanços de seu governo, mas reconheceu que sua responsabilidade é grande diante da complexidade dos problemas a resolver no Rio. E para tentar solucioná-los, afirmou que manterá uma interlocução "amistosa e respeitosa" com o novo governo federal, baseada nas pautas urgentes ao Rio.
- É um sentimento de missão, da vontade grande de concertar os problemas do Rio, que nós sabemos que são sérios e graves, e que dificilmente se resolverão todos em quatro anos. Mas já evoluímos muito nos últimos dois anos - disse o governador, evocando que estes sejam "tempos de paz" no Rio de Janeiro.
Eleito com 58,67% dos votos no Rio, ainda no primeiro turno, Castro afirmou ter uma satisfação pessoal ao ser diplomado pela primeira vez como governador. Em 2018, ele havia sido eleito vice-governador na chapa de Wilson Witzel. Mas, após escândalos de corrupção na Saúde que levaram ao afastamento de Witzel, ele assumiu o Palácio Guanabara interinamente em 2020. No ano seguinte, com o impeachment do ex-governador, Castro então ocupou o cargo de forma definitiva.
- Seria uma hipocrisia da minha parte dizer que não há uma satisfação em ver que toda a dificuldade, todo o suor foi reconhecido. Um trabalho de alguém que nem imaginava estar aqui., Tinha sido vereador de primeiro mandato, feliz da vida na Câmara, e assumi um cargo de vice-governador. Depois de que tudo que aconteceu, o de governador. Estou muito grato - disse .
Já na abertura da cerimônia, o presidente do Tribubal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), desembargador Elton Martinez Carvalho Leme, destacou que a diplomação é o encerramento do processo eleitoral, que desta vez, segundo ele, ocorreu num período difícil, de ataques aos pilares da democracia brasileira.
- A Justiça Eleitoral brasileira precisou agir com muito rigor e rapidez, com uma gigantesca estrutura em todo o país - afirmou.
Leia também
• "Happy hour" na casa de advogado: veja como foram as primeiras horas de Lula após a diplomação
• Diplomação destaca exercício da democracia, diz presidente do Senado
• Sai Bolsonaro, entra Lula: qual é a diferença entre diplomação e posse do presidente da República?
Castro se defende de denúncias
Ao final do evento, o governador Cláudio Castro também se defendeu das denúncias do Ministério Público Eleitoral, que pediu a cassação de sua chapa e sua inegabilidade. A Procuradoria Regional Eleitoral do Rio o acusa de abuso de poder político e econômico e de conduta vedada a agente público nas contratações secretas em ano eleitoral para a Fundação Ceperj e para programas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj).
Castro negou ter tido vantagem eleitoral com as contratações do Ceperj. Já sobre a Uerj, que suspendeu nesta sexta-feira seus programas com o governo estadual, ressaltou que a instituição tem um reitor eleito, independência administrativa e financeira, sem ingerência do governo estadual. Ele garantiu a continuidade de programas como o Segurança Presente e o Cidade Integrada - que têm observatórios de acompanhamento ligados à Uerj.
- Como disse o presidente do TRE hoje: a eleição acabou. A questão do Ceperj foi discutida em todo o pleito. Expliquei em todos os debates e entrevistas. Se teve algo eleitoralmente foi um prejuízo. Um prejuízo eleitoral muito grande - afirmou Castro, lembrando que o ex-reitor da Uerj, Ricardo Lodi, afastou-se do cargo para disputar a eleição pelo PT.
O governador também atacou seu adversário na corrida eleitoral, Marcelo Freixo (PSB), derrotado no primeiro turno. Segundo Castro, o pessebista gravou um vídeo insinuando que o o governador teria comprado votos na eleição.
- A diferença de votos foi mais que a votação que ele teve. Dizer que quase cinco milhões de pessoas teriam sido compradas é um desrespeito. Mostra que o papel dele é ficar buscando emprego no governo federal. É ficar puxando saco para conseguir um empreguinho. Que quem perdeu, perca com dignidade - afirmou Castro.
O governador destacou ainda que, durante a campanha, articulou apoio a sua candidatura com 85 prefeitos fluminenses e 14 partidos. E sobre a interlocução que vai manter com o governo federal, disse que, na democracia, a premissa é que todos trabalhem juntos:
- A interlocução será baseada em pautas. O Rio precisa de muita ajuda com o governo federal. Será uma relação amistosa e respeitosa.