DISCURSO

Em homenagem a Michelle Bolsonaro, ex-presidente fala em ''dar valor'' à liberdade

Ex-primeira-dama recebeu o título de cidadã paulistana no Theatro Municipal após entrave judicial ameaçar realização da solenidade

Jair Bolsonaro, ex-presidente do BrasilJair Bolsonaro, ex-presidente do Brasil - Foto: Alan Santos/PR

A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro recebeu nesta segunda-feira (25) o título de cidadã paulistana, oferecido pela Câmara Municipal de São Paulo. A entrega da honraria, proposta pelo vereador Rinaldi Digilio (União) com coautoria dos vereadores Fernando Holiday (PL) e Rubinho Nunes (União), havia sido aprovada em novembro, por 37 votos a 15.

A cerimônia foi realizada no Theatro Municipal e contou com a presença de Bolsonaro, do prefeito Ricardo Nunes (MDB) e do presidente da Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), André do Prado (PL). O governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), não foi ao evento.

Bolsonaro se disse satisfeito em voltar ao que chamou de "meu estado de São Paulo". Afirmou que sua mulher é a "melhor e mais bonita" primeira-dama do Brasil. Enfrentando investigações na Justiça, o ex-presidente falou em "dar valor" à liberdade, sem comentar nenhuma das apurações que o cercam.

— Tem coisas que (a gente) só dá valor depois que perde. Acredito na resiliência, no aprendizado que tivemos ao longo dos últimos anos para distinguirmos o que é certo e o errado. E também na sabedoria que devemos ter para enfrentar esses desafios — declarou.

Ao discursar, Michelle disse estar certa de que "o Brasil voltará a ser governado por pessoas de bem" e pediu para que as pessoas "não percam a esperança".

— Eu seguirei trabalhando para cumprir o meu propósito — afirmou.

Em seu discurso, Nunes reclamou de "pessoas que insistem em fazer perseguições" e disse que homenagear Michelle é fazer uma homenagem "à sensibilidade da mulher":

— É fazer homenagem àquela que esteve e está ao lado de seu marido em todos os momentos. Nos momentos difíceis e nos momentos de alegria.

A cerimônia teve gritos de "mito" vindos da plateia para saudar Bolsonaro e a execução do Hino Nacional pela banda da Polícia Militar. O evento chegou a ser barrado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) atendendo a pedido apresentado pela deputada Erika Hilton (PSOL-SP) e pela ativista Amanda Paschoal. O desembargador Martin Vargas considerou que o custo de R$ 100 mil para alugar o Theatro seria contrário aos princípios da administração pública, mas Digilio disse ter bancado o evento com recursos próprios.

No projeto de decreto legislativo que propôs a homenagem à mulher do ex-presidente Jair Bolsonaro, o autor da proposta destacou a atuação da ex-primeira-dama em causas relacionadas a pessoas com deficiência:

"Foi intercessora de uma Medida Provisória assinada pelo presidente Bolsonaro em 4 de setembro de 2019, em que se aplica o direito de pensão vitalícia a crianças portadoras de microcefalia, em virtude do vírus da Zika. Com o novo termo assinado, possibilitou que os pais adquirissem um emprego e aumentassem a renda familiar", diz.

Segundo a Câmara Municipal de São Paulo, o título de cidadão paulistano é entregue a pessoas nascidas em outras cidades. O regimento interno da Casa prevê que cada vereador tem direito a conceder oito honrarias por legislatura – além do Título, a Salva de Prata, a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo. A concessão de títulos honoríficos é feita por meio de decreto legislativo, que deve ser aprovado por ao menos dois terços dos vereadores.

Já receberam o mesmo título personalidades como o presidente Lula, o ex-presidente Michel Temer, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o jogador de futebol Neymar e o treinador Abel Ferreira, técnico do Palmeiras.

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